Anunciada como prioridade por governantes tanto no poder central quanto na maioria das unidades federativas, a educação brasileira continua ocupando posições subalternas nos rankings internacionais. E todos os diagnósticos comprovam que a situação se agravou nos últimos anos devido às restrições impostas pela pandemia, que acentuaram a desigualdade entre os poucos estudantes com acesso fácil à tecnologia e a maioria excluída dessa oportunidade. Nesse cenário desafiador, a escolha dos novos gestores da área educacional afigura-se como decisiva para o resgate da esperança e para a qualificação do ensino no país. Numa visão preliminar, tudo indica que tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o governador Eduardo Leite estão colocando o desafio nas mãos certas.
O ensino realmente é central para o desenvolvimento social, cultural e econômico de uma população, além de fortalecer a democracia com cidadãos instruídos
Depois da passagem de cinco ministros pela pasta da Educação no governo anterior, todos com pouca contribuição para o crescimento desejado e alguns até causadores de prejuízos, a nomeação do ex-governador cearense Camilo Santana afigura-se como bastante promissora. Ele traz na bagagem não apenas sua experiência como gestor, mas também a passagem pela liderança de um dos projetos educacionais mais exitosos entre os Estados brasileiros.
O Ceará é reconhecido por organizações internacionais como o Banco Mundial como o Estado brasileiro que desenvolve o melhor projeto educacional do país, com evolução mensurável nas taxas de evolução escolar e aprendizagem no Ensino Fundamental em seus 184 municípios.
No seu discurso de posse, nesta semana, o novo ministro afirmou que a alfabetização na idade certa é sua meta prioritária. Munido de dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) que comprovam que apenas uma entre cada três crianças obtém sucesso no letramento no período adequado para esse aprendizado. Camilo Santana também promete dar atenção ao Ensino Médio, especialmente à preocupante evasão escolar de adolescentes e jovens igualmente acentuada pela pandemia, além de proporcionar mais investimentos e mais autonomia para as universidades públicas.
No âmbito estadual, também o Rio Grande do Sul parece, finalmente, estar ingressando numa nova era de atenção absoluta à educação, com a manutenção da secretária Raquel Teixeira e o compromisso reafirmado do governador Eduardo Leite de investir mais na qualificação do ensino, na infraestrutura das escolas e na valorização dos professores. Há muito o que fazer nesta área delicada da administração. Nosso Estado também já foi modelo educacional no país, mas num passado tão distante que é até difícil de lembrar. A realidade nos últimos anos é a queda gradativa de qualidade e de posições no ranking nacional medido pelo Ideb, o que, agora, o atual governo promete interromper.
Investir em educação, como disse o governador Eduardo Leite ao dar posse à secretária Raquel Teixeira, é investir em capital humano. O ensino realmente é central para o desenvolvimento social, cultural e econômico de uma população, além de fortalecer a democracia com cidadãos instruídos, informados e participativos.