O agronegócio é uma das bases tradicionais da economia gaúcha, e a inovação, uma aposta firme para o futuro. Nada melhor, portanto, do que promover uma aproximação proveitosa para ambos e para o Estado, incentivando empresas emergentes de tecnologia voltadas à busca por soluções para o campo. Mais um passo neste objetivo foi dado na semana passada, com a apresentação do projeto de implantação de uma casa permanente para abrigar startups no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
A intenção, em síntese, é formar um hub das chamadas agtechs, as startups focadas no agro
Trata-se de uma promissora parceria entre a prefeitura do município, o governo do Estado e a Feevale, instituição de reconhecida trajetória no incentivo à inovação. Os detalhes dos planos foram mostrados em reportagem de Bruna Oliveira publicada na sexta-feira em Zero Hora. Mesmo encravado na Região Metropolitana, o parque também é um símbolo do agronegócio gaúcho, conta com boa infraestrutura e acessos e é próximo de importantes universidades, de onde saem mentes fervilhantes de ideias. Reúne, portanto, plenas condições para prosperar e ajudar as mais diversas atividades relacionadas à agropecuária com a invenção de novos processos, produtos ou serviços que elevem a produtividade no campo.
A intenção, em síntese, é formar um hub das chamadas agtechs, as startups focadas no agro. Será um ambiente onde as empresas encontrarão as condições necessárias para se desenvolver, enquanto estarão mais próximas das demandas do setor. O projeto está ainda sintonizado com uma antiga meta de ocupar mais o Assis Brasil, hoje movimentado basicamente nas feiras agropecuárias e outros eventos que o local costuma receber.
Os organizadores estabeleceram que a seleção das primeiras empresas será feita a partir da apresentação de propostas para solucionar 35 gargalos listados pela cadeia produtiva do setor. As escolhidas serão conhecidas em novembro e, em seguida, começarão a receber mentoria. A intenção é construir uma casa de 400 metros quadrados para o funcionamento do hub. A Feevale prestará assessoria às startups.
A agropecuária é um dos segmentos econômicos mais modernos e competitivos do Rio Grande do Sul e do Brasil e os produtores estão constantemente em busca de inovação e incorporando novas tecnologias, das sementes ao maquinário. Tudo para produzir cada vez mais no mesmo espaço. A produtividade, da mesma forma, é perseguida pelos demais elos da cadeia de insumos, máquinas e serviços. Assim, é natural e salutar que cada vez mais surjam novas agtechs.
No ano passado, o Tecnopuc, na Capital, inaugurou o Hub Agritech, com objetivos semelhantes. A Expointer de 2022, recém encerrada, deu especial atenção a esta tendência, com a criação do RS Innovation Agro, espaço que recebeu mais de 40 mil pessoas durante a feira e contou com a apresentação de startups e palestras. Com uma produção primária forte e parques tecnológicos espalhados por todos os cantos de seu território e capital humano farto, o Estado tem amplas condições de ver, em breve, iniciativas semelhantes florescendo também em outras regiões.