Um mês após a reabertura das escolas da rede estadual, é ainda prematuro tentar fazer uma avaliação mais definitiva sobre como tem transcorrido a volta às aulas presenciais. Mas a observação praticamente unânime é a de que tem sido um período ainda de aprendizado e de adaptações aos acontecimento do dia a dia, a despeito de os protocolos para evitar as contaminações contra a covid-19 estarem prontos desde o ano passado. É algo natural, conforme surgem situações imprevistas ou mesmo quando a teoria tem de ser colocado em prática e há ainda a ansiedade de crianças e adolescentes em retomar a convivência com os colegas, perdida após mais de um ano do início da pandemia
Um sopro de esperança para evitar o avanço da covid no ambiente escolar é a imunização dos professores e funcionários dos colégios
De acordo com o governo gaúcho, somente 20% dos alunos voltaram às salas de aula, em um esquema que prevê rodízios, método híbrido e, pelo que se depreende, uma preferência ainda maior por manter os estudantes em casa. Até por esta insegurança que ainda existe entre pais e mesmo alunos, talvez o ideal seria uma maior transparência na divulgação de informações sobre contaminações na rede de ensino e medidas tomadas para conter surtos. Não apenas na rede pública, mas também no ensino privado. Segundo o Palácio Piratini, foram registradas 1,1 mil contaminações neste período de um mês, incluindo alunos, professores e funcionários das escolas. Mas, para o Cpers-Sindicato, a quantidade pode ser maior. Uma maior clareza é benéfica, inclusive, para compreender o que funciona e medidas que necessitam de correção.
Um sopro de esperança para evitar o avanço da covid-19 no ambiente escolar é a imunização dos professores e funcionários dos colégios, que agora se inicia de forma mais segura, após mudança de orientação do governo federal. A ampla cobertura vacinal dos trabalhadores da educação, que agora poderá ser alcançada nas próximas semanas, respeitado o intervalo das duas doses e o período para que assegurem a máxima proteção potencial, deverá diminuir inclusive resistências ao retorno às salas de aula.
O importante, neste momento, é que a despeito dos números ainda altos da pandemia no Estado e no país, as questões relacionadas à volta às aulas presenciais avançam e ganham um horizonte menos nublado. O longo período de afastamento das classes causou grandes perdas de aprendizagem. Mesmo que desiguais, de acordo com a realidade de cada família, devido a fatores como renda, existência em cada lar de internet e dispositivos eletrônicos adequados para assistir às aulas e receber conteúdos, ou mesmo disponibilidade dos pais para ajudar nas tarefas. Há muito o que recuperar, sob pena de comprometer o futuro de parte de uma geração.