A grande aflição hoje dos brasileiros e dos gaúchos é quanto à aceleração do processo de vacinação, em ritmo ainda aquém do desejável no país. A chegada de junho, no entanto, renova as expectativas de que finalmente o trabalho possa ganhar maior tração, contribuindo na luta para controlar a pandemia, ao lado da indispensável manutenção dos cuidados individuais. No caso do Rio Grande do Sul, um dos ponteiros na aplicação, causa especial esperança a projeção da chegada, neste mês, de cerca de 2,6 milhões de doses.
No caso do Rio Grande do Sul, um dos ponteiros da vacinação, causa especial esperança a projeção da chegada, neste mês, de cerca de 2,6 milhões de doses
O volume previsto para junho, junto a remessas futuras, tende a permitir que se dê mais celeridade à imunização. No caso particular de Porto Alegre, há a perspectiva animadora de que será possível vacinar, até setembro, 70% da população, de acordo com o diretor da Vigilância em Saúde do município, Fernando Ritter. O cronograma da prefeitura prevê que, amanhã, começará a chegar a vez de pessoas a partir dos 59 anos, fora dos grupos prioritários. A promessa é, ainda para junho, garantir o benefício para todos os trabalhadores do ensino, das redes pública e privada, e ainda assegurar a primeira dose para os porto-alegrenses a partir dos 50 anos. A expectativa do governo gaúcho, de maneira semelhante, é possibilitar a aplicação inicial para o conjunto completo dos trabalhadores da educação em instituições públicas e privadas da Educação Infantil e dos Ensinos Fundamental e Médio.
É animador o horizonte de maior abrangência da vacinação na população em geral e dos trabalhadores da educação em especial. É um avanço que significa menor número de contágios, internações e mortes, assim como a possibilidade de se começar a recuperar de forma mais acelerada os prejuízos à aprendizagem de crianças e adolescentes. Um maior controle da pandemia, sabe-se, é possível quando se chega a cerca de 70% do público-alvo vacinado. Como as faixas etárias médias concentram um contingente maior, é positivo ainda a informação de que a prefeitura de Porto Alegre deve disponibilizar um aplicativo para que os cidadãos possam se cadastrar e agendar dia e hora para irem até o ponto de vacinação, evitando tumultos e filas que, em outras oportunidades, deixam centenas de pessoas horas a fio em uma espera que, muitas vezes, mostrou-se frustrada.
Em meio a um cenário já grave e na iminência de uma terceira onda de covid-19, a possibilidade de agilizar a vacinação é um alento para os gaúchos. Esse avanço, no entanto, não deve levar ao relaxamento em cuidados como o distanciamento social e o uso correto de máscaras. Mesmo os vacinados com as duas doses, sempre é preciso ressaltar, podem se contaminar e transmitir o vírus, uma vez que nenhum dos fármacos aprovados e em uso tem 100% de eficácia. Vencer o novo coronavírus, portanto, depende da defesa dos dois flancos.