A exemplo do que faz a cada ano eleitoral, o Grupo RBS torna públicas suas orientações e normas editoriais, visando apresentar de forma transparente para eleitores, candidatos e partidos os conceitos que norteiam a cobertura de veículos e profissionais. A intenção do conjunto de ações não é o engessamento de opiniões ou de abordagens – ao contrário, a RBS defende e pratica a pluralidade. O objetivo do ideário é explicar ao público uma série de conceitos específicos para as eleições, que se somam às normas já consubstanciadas no Guia de Ética e Autorregulação Jornalística a que os profissionais da RBS aderem quando se juntam à empresa.
Confrontar promessas com sua exequibilidade é parte da tarefa jornalística
Como em todas as eleições, o Grupo RBS reafirma que não tem candidatos ou preferências partidárias. Mais do que apresentar uma mera disputa entre nomes e siglas, o foco principal da cobertura eleitoral é, com independência, equilíbrio e apartidarismo, colaborar para que o eleitor faça suas escolhas da melhor forma possível, fortalecendo a cidadania, a democracia e o desenvolvimento das comunidades.
Alinhado ao propósito da RBS de fazer jornalismo e entretenimento que conectem os gaúchos e contribuam para uma vida melhor, a cobertura dá prioridade ao chamado jornalismo de soluções. Por meio dessa abordagem, levantam-se problemas e desafios, mas também apresentam-se possíveis caminhos para equacioná-los e as possibilidades reais de serem colocados em prática, além de se discutirem os resultados esperados. Outro eixo de cobertura são a apresentação de biografias de candidatos e as comparações de propostas e programas pela perspectiva do eleitor. Desta forma, os veículos da RBS buscam atender à expectativa do público ao procurar saber de candidatos não apenas o que pretendem fazer, se eleitos, mas sobretudo como planejam transformar seus planos em realidade. Confrontar promessas com sua exequibilidade é parte da tarefa jornalística responsável que move os veículos da RBS.
Especialmente em razão dos grandes impactos produzidos pela pandemia de covid-19, a cobertura se concentra em apresentar perspectivas para o futuro e em discutir temas da chamada vida real, ou seja, questões prementes e concretas como saúde, educação, segurança, economia, emprego e renda, relegando ao plano secundário ataques, ameaças, ofensas e acusações entre candidatos, que em nada contribuem para o esclarecimento do eleitor.
Com essa linha em mente, os veículos adotam também os seguintes conceitos e normas durante o período eleitoral:
– As redes sociais fazem parte do processo eleitoral e devem ser compreendidas como um espaço público de debate, sobretudo em uma campanha como a deste ano, quando há uma série de restrições para atividades políticas de forma presencial. As redes são também importantes ferramentas de trabalho para o jornalismo, por ampliar o alcance da mensagem jornalística, pela identificação de tendências e pelas janelas de interação com o público.
– Apesar dessas características positivas, parte considerável dos conteú-
dos das redes pode ser classificada como ativismo a serviço de causas e interesses partidários, obrigando a cautelas adicionais no seu tratamento. As redes e grupos de mensagens são territórios propícios à disseminação de desinformações e agressões que não raro distorcem o processo democrático de escolha pelo voto. Cabe ao jornalismo promover a devida apuração sobre conteúdos que circulam em redes. Para isso, os veículos do Grupo RBS recorrem a fontes, estatísticas e informações de alta confiabilidade, e promovem repetidas verificações, para que delas eventualmente se extraiam matérias jornalísticas de interesse coletivo e público.
– Em um cenário eleitoral permeado pela difusão proposital de desinformações e de extratos de falas retiradas de contexto, cabe ao jornalismo profissional, com técnica, independência e equilíbrio, unir esforços para estabelecer a verdade dos fatos e colaborar para que a informação correta prevaleça no processo de escolha pelo eleitor.
– A fim de ressaltar sua isenção, a RBS não promove pesquisas eleitorais próprias e divulga apenas aquelas devidamente registradas na Justiça Eleitoral e realizadas por institutos com reconhecida tradição e credibilidade. As pesquisas são parte natural do ecossistema eleitoral por retratarem um momento da campanha, mas a RBS as considera um elemento acessório da cobertura, uma vez que o foco é nos programas e biografias de candidatos, com a respectiva verificação das soluções propostas. Da mesma forma, a RBS não divulga enquetes e sondagens nem pesquisas com conotação eleitoral contratadas por partidos, candidatos ou governos, por virem à tona com objetivos políticos predefinidos.
– A cobertura dos veículos da RBS se guia pelo interesse jornalístico, conforme a evolução das candidaturas e o desenrolar da campanha. As candidaturas de baixa representatividade, respeitada naturalmente a legislação eleitoral específica, têm, portanto, cobertura de acordo com sua dimensão.
– A RBS considera incompatível a atividade de profissional da comunicação com a política partidária. Assim, devem se afastar de suas atividades os profissionais que porventura aceitem convites para disputar um cargo político ou que participem da propaganda eleitoral.
Com estes conceitos e sua cobertura, a RBS espera, mais uma vez, poder contribuir para que as eleições representem não só um momento marcante e positivo da democracia mas que, ao fim do processo, a sociedade possa também identificar e superar seus desafios.