Os proprietários de veículos e os órgãos estaduais responsáveis pela arrecadação do Dpvat estão na linha de tiro entre o Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) na questão que envolve o pagamento do seguro destinado a indenizar danos pessoais causados por acidentes de trânsito. A querela é reveladora dos maus hábitos administrativos brasileiros. O Dpvat era para ser um instrumento que garantisse a reparação a vítimas, mas, com o tempo, transformou-se em um campo fértil para fraudes. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) detectou que, apenas de 2005 a 2015, foram R$ 2,1 bilhões desviados por meio de indenizações indevidas e gastos administrativos irregulares. A presidente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Solange Vieira, recentemente classificou o Dpvat como ineficiente. Um estudo do governo detectou, por exemplo, que a maior parte das indenizações vai para o próprio motorista, mesmo que tenha sido o causador do acidente, ou é gasto em custeio e tributos indiretos. Se algo é ineficaz e presta-se a malfeitos, precisa ser alvo de intervenção.
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