Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A
Dentre tantas gritas de quem reage a um novo Brasil veio agora, com direito a reportagem no Fantástico, o fato de que aproximadamente 6 mil bolsas de estudo da Capes não estarem ainda confirmadas para o ano que vem por questões orçamentárias. Educação é processo chave na competitividade global e fundamento de ambiente de inovação.
Trata-se da educação completa, da creche ao doutorado tendo como base a ética da família. Em maio deste ano, segundo OCDE, entre 40 países, o Brasil ocupou o 39º lugar atrás de México, Colômbia, Argentina e Chile em termos de resultados na educação. É como estar no Z4 do campeonato nacional de futebol.
A Capes, por sua vez, gasta 6 bilhões de reais por ano justamente para ajudar na disputa deste campeonato. Teoricamente estaríamos investindo tudo isto para termos os melhores professores que formariam os melhores alunos e para sairmos de nossa vergonhosa situação na educação que consome 6% do nosso PIB.
De acordo com relatório da OCDE, este gasto supera a média dos países que compõem a entidade e que gira em torno de 5,5%. Nesta onda o país despende R$ 45 bilhões por ano (2018) em universidades públicas e R$ 15 bilhões em institutos, sendo 80% disto em pessoal (professores e funcionários). Estas despesas dobraram justamente no período de 2005 para cá. Tudo isto para orgulhosamente estar no Z4 da educação mundial. Ou seja temos um enorme problema: gastamos e não temos o retorno proporcional.
O aproveitamento das universidades públicas ou gratuitas é de 50%, o que quer dizer que entram 1000 e saem 500 formados e com lacunas de conhecimento. Desperdício! Aí vem um ministro da Educação, que talvez não seja um sujeito dos mais simpáticos, fazer uma mínima gestão do assunto e o rugido da reação ecoa como se fôssemos os melhores e finalistas do campeonato da educação.
Cobramos manter ou aumentar as despesas mas não cobramos o resultado. Sem uma gestão de excelência neste processo, aproveitando cada centavo investido, não seremos nunca uma nação que se destaque por resultados econômicos e por consequência sociais. Vamos ajudar o ministro, principalmente os integrantes da mídia, começando por entender bem o que se passa e deve ser alterado antes de criticar, e evitar a simples crítica sem argumento e que parece apenas um ranço ideológico.