Prevista para esta segunda-feira, a presença do presidente Jair Bolsonaro no Rio Grande do Sul chancela, mais uma vez, o poder da convergência. Setores amplos da sociedade gaúcha, especialmente na região sul do Estado, incluídos partidos de orientações distintas, se uniram em torno da imperativa necessidade de duplicação da BR-116, entre Guaíba e Pelotas. Ao inaugurar 47 quilômetros da obra, Bolsonaro dará aos gaúchos motivos para celebrar, mas também para refletir. Reportagem assinada por Marcelo Kervalt e publicada por Zero Hora na sua edição de fim de semana, relembra que a duplicação vem sendo feita aos soluços, a partir do primeiro mandato de Dilma Rousseff. Passaram-se sete anos desde a assinatura da ordem de serviço, um tempo injustificável, se levada em conta a importância da estrada e da região por ela servida.
Só no ano passado, 28 pessoas morreram em acidentes nessa rodovia, muitos deles certamente evitáveis se ali houvesse pista dupla e sinalização adequada. Em 2019, já são 13 as vítimas fatais. Some-se a isso os prejuízos econômicos motivados pelo gargalo logístico gerado por uma estrada insegura e mal conservada, aumentando o preço dos fretes e o tempo de escoamento da produção oriunda da metade Sul.
Nesse contexto, é questão de justiça reconhecer o papel do Exército, que tomou a si a obra e não vem poupando esforços para entregar à população um equipamento seguro, a custo baixo e com absoluto respeito à qualidade das matérias-primas e das especificações técnicas da empreitada.
Quanto mais vozes se erguerem juntas aqui no Sul, mais alto o seu som chegará a Brasília
A festa programada para hoje, em Pelotas, é justa. Já foram investidos R$ 860 milhões e os trabalhos avançaram 63,28%. Passado o momento de celebração, o Rio Grande deve, novamente, investir esforços na pressão para que a duplicação dos 221 km seja concluída na sua totalidade.
Daqui para frente, caberá a nós, gaúchos, cada vez mais, praticarmos o saudável exercício na união em torno de causas comuns. Sempre que deixamos de lado as disputas rasteiras de poder e de vaidades, conseguimos avançar. Quanto mais vozes se erguerem juntas aqui no Sul, mas alto o seu som chegará a Brasília.