Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A
Hoje em dia, temos de ser eternos alunos, porque vivemos muito mais, e as coisas mudam a toda hora. É questão de sobrevivência. Só há uma saída: dispor-se a aprender! Em outra época, fui professor, por 12 anos, no secundário (Colégio São João) e no Ensino Superior (UFRGS). Procuro ser eterno aluno e cliente da educação. Conheço processos educacionais de vários lugares do mundo, excelentes para o aumento do conhecimento e que proporcionam vida melhor, com mais qualidade e cultura. Infelizmente, a educação no Brasil, em todos os níveis, é ruim. Isto é um fato. Existem exceções notáveis, mas insuficientes para se dizer que temos algum exemplo de ponta no mundo.
O processo de educar, fora da família, é um processo de execução de um serviço complementar. Escolas são organizações como quaisquer outras, diferenciadas apenas pelo seu tipo de atividade. No Brasil, a responsabilidade do governo é enorme nestes processos, e o Ministério da Educação e Cultura (MEC) está à frente disto. Existem críticas no momento que sugerem que quem não foi educador não deveria ter lugar na administração do MEC, ou em secretarias de Estado, ou em universidades, ou em escolas. Há um grande erro neste paradigma. Mais certo seria que quem não entende de gestão nunca deveria dirigir uma organização e, principalmente, uma incumbida no complexo processo de educar crianças ou pessoas. Obviamente, o conhecimento pedagógico e de conteúdo é um fundamento, mas deve ser considerado como recurso fundamental a ser administrado, composto com outros como os ativos fixos, os orçamentos e a satisfação da sociedade.
A avaliação de qualquer organização está vinculada à qualidade do serviço prestado ou ao produto entregue ao cliente. Os principais fatores desta qualidade são o custo (no Brasil, elegemos, por constituição, oferecer o ensino gratuito, portanto, este é ponto de excelência teórica) e a funcionalidade do processo, ou seja, ao fim do mesmo deve ocorrer o real aprendizado. Pelos resultados de hoje, a gestão da educação foi e é medíocre. Condenar o MEC por estar se armando de gestores, além de educadores, é premeditar crítica a uma ação das mais necessárias: gerir bem as organizações de educação para obter melhores resultados.