Por Dirceu Franciscon, deputado estadual (PTB)
Meus dois primeiros projetos de lei aprovados na Assembleia e que agora foram sancionados pelo governador Eduardo Leite, tem relação entre si e atendem a um único objetivo: dar mais atenção às pessoas que sofrem de algum tipo de transtorno mental.
O primeiro projeto cria a "Semana Estadual de Prevenção aos Transtornos Mentais e Comportamentais", a ser celebrada na última semana de abril. O segundo cria o "Dia do Médico Psiquiatra", para ser comemorado, anualmente, no dia 25 do mesmo mês.
Criei esses projetos porque eu mesmo sofri por depressão e sei como é difícil lidar com a doença. Há 25 anos me trato com medicação. No início demorei para procurar ajuda, o que fez com que o problema virasse crônico. Hoje, graças ao meu médico, consigo levar uma vida normal. Por isso a importância de darmos mais visibilidade para esses tipos de transtornos, que se tratados a tempo, têm mais chances de cura.
Para termos uma ideia, só em 2017, mais de sessenta mil pessoas pediram auxílio-doença e se afastaram de seus empregos no Brasil por causa de algum tipo de doença relacionada a transtornos mentais. Levantamento do Ministério da Saúde aponta que 22 milhões de brasileiros necessitam de atendimento por transtornos mentais e que 21% da população necessita ou um dia vai necessitar de ajuda para algum tipo de serviço de saúde mental.
A intenção com essas duas proposições é expor um tema que, infelizmente, ainda é cercado por muitos tabus, mitos e preconceitos. Esses problemas acabam barrando a difusão de informações confiáveis e, com isso, fazem com que não haja prevenção adequada por parte da população. A partir de agora, nosso objetivo é que sejam realizados debates, eventos, palestras e campanhas com o intuito de gerar reflexão e conscientização acerca do tema, para que as pessoas que sofrem desses problemas possam levar uma vida normal e digna.