Por Luís Alberto Thompson Flores Lenz, procurador de Justiça
Ao ler a reportagem de ZH deste domingo que enaltece a queda vertiginosa dos assassinatos na Capital, deparei com a assertiva do delegado titular da 3ª DHPP, o qual atribuiu esse sucesso à integração entre as forças policiais, Ministério Público e Judiciário.
Essa colocação é importante, uma vez que se tem discutido muito a respeito do comportamento do ministro Sergio Moro na condução da Lava-Jato, principalmente após a divulgação das mensagens trocadas entre ele e os procuradores da República nessa época.
Contextualizando-se os fatos, desde o início da era do mensalão/petrolão, verifica-se que o país era comandado pelo maior esquema criminoso da nossa história, arquitetado por Lula e José Dirceu, hoje condenados, que abarcava, ainda, o PT, partes do PMDB e partidos menores.
Também é incontroverso que esse esquema gigantesco foi intencionalmente disseminado por toda a administração federal, objetivando sustentar um esquema político ilícito e proporcionar o enriquecimento de seus autores.
Tais meliantes detinham os recursos do Poder Executivo, a ponto de o ministro da Justiça de então, um reconhecido advogado criminalista, ter afirmando que tudo não passava de mero caixa 2.
Para elucidar esses fatos e promover as responsabilizações devidas, Moro só tinha as suas próprias forças, o trabalho de abnegados integrantes do Ministério Público Federal e a PF.
Tratava-se, então, de uma luta titânica entre Davi e Golias, que a bom termo alcançou seus objetivos, contrariando imensos interesses e vaidades.
Os principais acusados foram condenados, sendo que não há qualquer dúvida sobre a sua responsabilidade, reconhecida em todas as instâncias do Poder Judiciário, recuperando-se ainda bilhões de reais que foram desviados dos cofres públicos.
Segundo os juristas Carlos Velloso, Denise Frossard e Eliana Calmon, não há nada nas conversas divulgadas até então que macule a verdade ou os resultados obtidos nessa epopeia.