Em meio às seguidas queixas da população de Porto Alegre por certo desleixo com alguns espaços da cidade, muitas vezes fruto da crise nas finanças que também aflige a prefeitura da Capital, merece reconhecimento a iniciativa de renovar a iluminação pública da cidade, com a substituição das lâmpadas tradicionais por novas, com a tecnologia LED. Os benefícios são diversos.
Começar a fazer diferente, rompendo com a forma ultrapassada de gerir a iluminação, é uma necessidade
Um dos principais é o menor impacto ao ambiente. Grande parte das lâmpadas LED é feita de material reciclável. Elas não têm metais pesados, como mercúrio. São mais duráveis, diminuindo a frequência de reposição e, com isso, o volume de material trocado e descartado ao longo do tempo. Ainda consomem menos energia. Assim, têm reflexo positivo para a natureza e ainda geram uma fatura de luz mais baixa. Estima a prefeitura de Porto Alegre que, em um ano, a redução na conta seria de 44%. É um percentual expressivo, ainda mais em uma era de cofres raspados.
Outra novidade a ser saudada é que a iniciativa será feita por meio de uma parceria público-privada (PPP), modelo que vem sendo adotado por um número cada vez maior de municípios brasileiros. Assim, a responsabilidade por renovar e fazer a manutenção da iluminação será de uma empresa, escolhida em leilão. O recebimento da proposta está previsto para agosto. Repassar esta tarefa para uma companhia especializada tende a melhorar a agilidade e a qualidade do serviço e, ao mesmo tempo, liberar a estrutura do município para áreas essenciais, como saúde, educação e obras.
Salvo percalços no cronograma, a troca das lâmpadas deve ser concluída até 2022. Além dos postes nas ruas, serão revitalizadas as luminárias de pontos históricos e turísticos de Porto Alegre, valorizando a rica história da Capital e do Estado. A noite urbana, hoje amarelada, ganhará um tom branco.
Começar a fazer diferente, como romper com a forma ultrapassada de gerir a iluminação, é uma necessidade. Cercada de parques tecnológicos, a cidade tem de começar a usar mais a inovação em favor da administração e do cidadão. É farto o insumo básico do material humano, mas Porto Alegre ainda peca para desenvolver o seu potencial de ser referência em iniciativas disruptivas e sustentáveis. A criação deste meio de cultura, porém, parece estar a caminho com o Pacto Alegre, que busca solução para diferentes áreas, como gestão pública, educação e ambiente de negócios. É uma ideia que deve ser valorizada para alçar a capital dos gaúchos à condição de polo do empreendedorismo inovador.