Por Carla Rojas Braga, psicóloga e psicoterapeuta
Quase metade dos alunos que ingressaram pelo sistema de cotas raciais na UFRGS, 43%, foi rejeitada por suspeita de fraude. Que vergonha.
É por causa dessa índole psicopática que líderes negativos e igualmente psicopatas se elegem e são idolatrados mesmo depois de presos.
Esses grandes gurus, que chegaram lá sem muito esforço, que se deram bem na malandragem, como essas pessoas gostariam de ter feito, é que são os heróis para essa parcela da população.
O Brasil só terá salvação com uma mudança radical na educação. No ensino fundamental, mas principalmente em casa. As crianças precisam ser ensinadas a ser honestas, a respeitar as leis e regras e a gostar disso.
Mas não sei se nosso povo faminto e sequelado pela miséria tem condições de ser assim hoje.
Só sei que precisamos mudar a nossa índole.
A esperança é que talvez agora, com o combate à corrupção, haja mais comida na mesa e consequentemente mais massa cinzenta para nossa gente que, assim, poderá ser melhor educada. Povo miserável, que come mal, tem o emocional e o cérebro subdesenvolvidos.
Talvez agora a noção de decência e honestidade resgatadas ajudem a formar uma nova cultura de prazer no cumprimento de regras e no bem estar coletivo. O povo brasileiro, apesar de solícito e solidário, não tem sentimento de coletividade.
Essas pessoas que fraudam sistemas públicos estão, além de cometendo crime de falsidade ideológica, sendo egoístas e tirando o lugar de quem realmente teria direito ao benefício. Não têm empatia, como os psicopatas políticos corruptos.
E lembro que em governos corruptos bastava anunciar ser parte de qualquer minoria para adquirir automaticamente direitos divinos e eternos de ter uma promissória impagável a cobrar da sociedade. O sistema de cotas, assim, é a própria fraude. Ele deveria contemplar apenas alunos de famílias de baixa renda. Mas só porque somos miseráveis. Se não fôssemos, as crianças saberiam que faz parte da educação ser honesto, poder aprender a ter resiliência e vencer na vida apesar das adversidades .
Que tempos, esses nossos.
Muda, Brasil!