Por Marcos Boschetti, CEO da Nelogica e empreendedor Endeavor
É muito difícil atingir qualquer objetivo sem o planejamento adequado. No entanto, existe um elemento que, por vezes, não recebe o devido valor e é o que de fato causa impacto no mundo: a execução. É ela que transforma em realidade o que está apenas no campo dos sonhos e, assim, produz melhoras na sociedade. Michael Dell dizia que ideias eram commodities, mas a execução não.
Nesse ponto, tenho percebido uma mudança muito interessante no Brasil e, em especial, no Rio Grande do Sul. Exemplos: diversas novas empresas surgindo e com vontade de crescer (basta ver os empreendedores participantes do programa Scale-Up Endeavor) ou também a iniciativa privada atuando em parceria com os agentes públicos, como o instituto Floresta na área da segurança e o pacto pela inovação no campo da tecnologia. Coisas boas estão acontecendo. Mas, o que está mudando?
O empreendedorismo é, sem dúvida, uma das chaves para o desenvolvimento, e empreender não é apenas abrir uma empresa. Empreender é resolver um problema melhor do que os concorrentes, de forma inovadora e do jeito certo, sem atalhos. Isso pode ocorrer por meio de uma nova organização, dentro da própria empresa, ou numa ONG, por exemplo. Conversando com aqueles que estão transformando o Brasil, os empreendedores, percebe-se que, apesar de todas as barreiras, estamos com abundância de um material essencial para a execução: o propósito.
Em todas as empresas que escalam, um propósito muito forte está presente e se torna o combustível da execução. Quando temos um porquê muito claro, existe uma energia extra que contagia as pessoas e que é fundamental para superar os obstáculos que surgirão. Começamos a Nelogica (empresa de tecnologia e informação voltada ao mercado financeiro) assim, sem acesso a capital e sem conexões, mas com um propósito muito forte para impactar o mundo e transformar o mercado na nossa área de expertise. E isso permanece até hoje.
Estamos vivendo um momento em que novas lideranças estão emergindo com essa visão. Colocando a razão de existir como ponto de partida do desenho organizacional e, assim, rompendo a barreira da inação, fazendo diferente e pavimentando o caminho para uma sociedade e um mundo melhor. A era do propósito chegou.