Por Walter Lídio Nunes, vice-presidente da Associação Gaúcha das Empresas Florestais (Ageflor)
O nível de desenvolvimento do Brasil é medíocre se comparado ao potencial continental que tem. As taxas de crescimento e a dinâmica econômica do país não permitem crescer com redução da desigualdade social. Recorremos a programas assistencialistas como o Bolsa Família, que eternizam indivíduos como subcidadãos com baixa autoestima, dependentes do Estado. Alguém já disse que a eficiência de um programa social não se mede pela entrada, mas pela saída, quando o beneficiário assume o seu destino com autonomia.
O empreendedorismo econômico, social, ambiental e político é o caminho para o desenvolvimento do país. Um Brasil empreendedor precisa fazer profundas mudanças no atual modelo de Estado patrimonialista, clientelista e populista. Além de ser empreendedor, o Estado deve ser indutor, dinâmico e menos intervencionista no dia a dia da sociedade. As mudanças passam pela redução da máquina pública, com seu corporativismo político. Exigem a desburocratização dos sistemas regulatórios ineficientes que subsidiam a economia da burocracia, colocando-nos em terceiro lugar entre os países com maiores entraves burocráticos no mundo e na 116ª posição na facilidade de fazer negócios.
Irresponsavelmente, a governança pública criou um Estado que gasta mais do que arrecada, apesar da imensa carga tributária, e provê serviços desqualificados, além de infraestruturas deficientes. Fica evidente que precisamos criar condições para dinamizar o empreendedorismo construtivo como o único caminho para crescer e integrar os cidadãos marginalizados dependentes do assistencialismo de sobrevivência.
Já começam mobilizações de entidades inclusivistas com agendas visando ao desenvolvimento por meio da desburocratização, redução da máquina pública, parcerias público-privadas, reforma política, educação empreendedora, infraestruturas etc. A Assembleia Legislativa iniciou um movimento com a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Empreendedorismo Gaúcho (Freemp) visando a ações que propiciem o empreendedorismo dentro do contexto estadual. Essa iniciativa suprapartidária conta com o apoio de um grande número de entidades que almejam construir soluções para um desenvolvimento com maior igualdade social e qualidade de vida para os gaúchos.
Estas iniciativas estão focadas nos interesses maiores da sociedade e devem ser politicamente prestigiadas na próxima eleição a fim de garantirmos a sua continuidade com políticos que ponham os interesses do Rio Grande do Sul acima dos interesses das corporações e da sua sobrevivência política pessoal, mesmo quando estes prejudicam o nosso Estado.