Por Letícia Souza, jornalista
A habilidade de interpretar mensagens, ou a falta dela, tem sido, sem dúvida, a origem de grandes problemáticas. Hoje a comunicação é 100% ativa: um mecanismo de negociação entre sujeitos com lógicas e interesses diversos. Neste contexto, a capacidade de identificarmos os objetivos da mensagem é tão necessária quanto a competência de nos comunicarmos com clareza. Por isso, precisamos, sim, falar sobre a importância da interpretação, do cuidado que devemos ter com as palavras e, indo além, dos vários significados que elas podem ter, conforme o contexto em que são aplicadas.
Não me refiro, apenas, à atenção com o texto escrito. O diálogo, nos diversos níveis, seja profissional ou pessoal, presencial ou virtual, precisa ser construído com calma, na contramão do dia a dia acelerado da sociedade contemporânea. Isso porque a nossa conclusão, nem sempre, reflete a intenção da mensagem transmitida. O entendimento, não raramente, vai muito além do que foi dito, pois carrega a influência de um universo de experiências pessoais e únicas.
Nesse sentido, precisamos refletir sobre os níveis em que se dá o processo de comunicação e entender que uma mesma informação pode ser percebida de diversas formas. Nem tudo é crítica. Além disso, com a diversidade de canais de comunicação capazes de aproximar pessoas física ou intelectualmente distantes, precisamos, sim, parar para que possamos enxergar, com clareza, a intenção de cada palavra.
Portanto, antes de fazermos uma "tempestade em um copo d'água", é necessário pensarmos na realidade e nas vivências de quem quer nos transmitir uma informação. Da mesma forma, temos de analisar se os termos estão sendo utilizados nos contextos adequados e com coerência. Indo além, devemos deixar de lado as abreviações e investir muito nas palavras e nos seus significados. Se estivermos cientes de que todas as mensagens vêm carregadas de vivências únicas e podem ter sentidos diferentes, podemos minimizar divergências, promover respeito e ampliar perspectivas.