Por Ernani Polo, deputado estadual e ex-secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação
A reabertura do mercado russo para a carne bovina e suína brasileira, foi uma grande notícia para o Agro, especialmente para os produtores de suínos gaúchos. Tivemos 4 plantas habilitadas para este setor, que teve sua qualidade ainda mais reconhecida quando, em 2015, o RS recebeu o certificado de zona livre de peste suína clássica, em solenidade que pude presenciar ainda como secretário estadual da agricultura, na França. Sanidade abre mercados.
Digo isso porque também vivenciei esta relação de necessidade/oferta, durante a missão que realizamos, também como secretário da agricultura do RS, junto com o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, à Ásia e ao Oriente Médio. Visitamos 5 países de grande expressão: Coréia do Sul, Singapura, Indonésia, Malásia e Emirados Árabes Unidos.
Nos reunimos com órgãos governamentais, investidores e importadores. É concreto o interesse pelos produtos do Agro brasileiro, itens ainda pouco conhecidos daqueles países.
Estar em comitiva oficial na Indonésia nos rendeu uma notícia importante para o setor de carnes. O país anunciou a importação de carne bovina do Brasil, para auxiliar no abastecimento da população deste gigante asiático, que possui 265 milhões de habitantes e cresce 5% ao ano. A Indonésia ainda importa 80% dos produtos lácteos que consome.
A Coréia do Sul confirmou a liberação do comércio de carne suína brasileira, tema que também tratamos na missão e a Malásia acertou visita ao Brasil para habilitação de novas plantas frigoríficas.
Na Ásia, há espaço para nossa carne bovina, suína, frutas, produtos lácteos, ovos, nichos de mercado para o arroz produzido no RS, devido a sua qualidade, além da carne de frango, que tem muito para crescer em exportações e demais produtos.
Portanto, o que vimos foi, além da necessidade destes países, que quase não produzem, a urgência de nosso setor produtivo estar mais presente em mercados mundiais. A Ásia cresce em população, renda e precisa de alimentos. Podemos atendê-los. Mas para isso precisamos agir, viajar, mostrar nossa produção e nos vendermos, pois qualidade temos de sobra.