Por Elisa Corrêa, estudante do Ensino Médio do Colégio Marista Rosário, 15 anos
O jovem brasileiro tem se esquivado cada vez mais do assunto "política", seja por receio de defender uma posição ou pela própria descrença de que não fará grande diferença. Esse fato se torna alarmante no contexto atual, pois estamos prestes a eleger o próximo presidente da República.
Em meio a tanta corrupção e crises que são expostas diariamente nos meios midiáticos, brasileiros entre 16 e 18 anos de idade optam por não votar, mesmo tendo a possibilidade de fazê-lo. Em abril de 2016, dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que a quantidade de adolescentes que possuíam título de eleitor caiu em 17% se comparado ao ano de 2014.
Somado a isso, o número exagerado de partidos políticos dificulta o processo de definir em quem votar. Atualmente, de acordo com o TSE, existem 35 partidos registrados, mas 73 em processo de formação. Isso ocorre porque a Constituição Brasileira prevê uma parte do Fundo Partidário para os partidos políticos, dinheiro que pode ser aproveitado pelos formadores deles. O resultado excede no número de deputados, de senadores e de vereadores que recebem muitos privilégios por ocuparem tais posições. Tudo isso causa confusão, desinteresse e descrédito nos jovens.
A polarização política exacerbada é outro fator que está provocando a diminuição no número de eleitores entre 16 e 18 anos de idade, pois o ato de se posicionar a favor de um candidato e contra outro é uma decisão importante que decidirá o futuro do Brasil. A vida de todos é influenciada diretamente pela política e por quem está no cargo de presidente da República, sendo impossível fugir dela e de suas consequências.
Sendo assim, é concebível o decréscimo no número de jovens que desejam participar ativamente da vida política, tornando-se necessária a inserção deles, de modo criativo, em pautas e em acontecimentos recentes. O que será do Brasil se a população que formará o seu futuro não se interessa pelo próprio país?