Por Ilson Enk, médico pediatra
A agenda do nosso amado país é negativa. E a espiral é descendente. Mazelas de todos os tipos, em todos os lados. O cidadão brasileiro de bem, felizmente a maioria, está desolado, ou indignado, cada um tem a sua receita para a retomada de valores e crescimento, mas a polarização das posições induz ao desencontro dos caminhos. A ZH, na edição de fim de semana (21 e 22/7), contempla um panorama das incongruências.
Atribuímos à classe política grande parte das adversidades que nos afligem. Em parte acertamos no diagnóstico, mas esquecemos que nós é que elegemos os gestores públicos. O nosso Estado oferece ao eleitor 10 candidatos a Governador, o brasileiro escolherá entre outros tantos o futuro Presidente da República. No Poder Legislativo, penso, reside o mais decisivo potencial de mudanças, e teremos de rastrear propostas e passado de centenas de candidatos. É o momento da proatividade, do protagonismo da sociedade.
No Brasil enfrentamos indicadores econômicos desoladores, PIB e perspectivas de PIB, vexatórios, desemprego em alta, empresas se retraindo, ou fechando, carga tributária insuportável para garantir um Estado hipertrofiado e ineficiente. E que dizer da taxa de Mortalidade Infantil invertendo a curva de baixa, poderoso indicador de falência das políticas de saúde e de cenário econômico indutor de desigualdades? Assistimos o retrocesso da vacinação, a volta de doenças que pareciam erradicadas e nos deparamos com infecções como sífilis fora de controle. A saúde suplementar perde vidas que migram ao já saturado SUS.
A todas essas, as lamúrias são as principais oponentes da resolutividade. Cada brasileiro precisa conhecer e exercer o seu papel para perseguir o país que precisamos. Eleger os mais capazes, sem orientar o voto por discursos forjados pelo talento do marketing. Pesquisar a biografia, a idoneidade e a competência dos que se propõem a conduzir o nosso país, e nosso estado. Avaliar quem vai impulsionar a livre iniciativa, alavancar postos de trabalho, tornar a gestão pública alinhada com as demandas da sociedade. A repressão à corrupção é ingrediente essencial, precisa se intensificar. Reformas estruturais, políticas e até constitucionais, são prementes para neutralizar o colapso de uma nação que nasceu para ser pujante.
Vamos ser cidadãos na plenitude da nossa responsabilidade. O Brasil precisa de nós.