O combate à criminalidade nos níveis atingidos hoje no país deve ser visto cada vez mais como resultado de um esforço integrado entre municípios, Estados e governo federal, com a participação direta das comunidades. É promissor, por isso, que um em cada quatro municípios gaúchos já esteja se valendo na prática de ações de videomonitoramento, entre outros recursos tecnológicos. Quando associadas ao uso da inteligência, as câmeras se mostram auxiliares eficazes da atuação de policiais, que passam a se expor menos a situações de risco.
O principal entrave a ser superado para permitir um uso mais massificado das tecnologias no combate à violência é a falta de recursos por parte dos municípios. O investimento inicial costuma ser elevado, mas o custo é reduzido a partir da instalação. As vantagens ficam evidentes de imediato, pelas facilidades proporcionadas no combate ao crime. Os equipamentos mais modernos permitem imagens de alta resolução, tornando viável o reconhecimento facial e a leitura de caracteres para a identificação de carros roubados, entre outros recursos.
Por isso, as prefeituras gaúchas deveriam inspirar-se em modelos bem-sucedidos na área da segurança pública, que incluem cidades de diferentes portes, como Encantado e Canoas. O recado vale para a Capital, ainda em fase de testes com seu cercamento eletrônico, por meio do qual será possível enfrentar melhor a chaga dos roubos e furtos de veículos. O Estado, por sua vez, deve se empenhar para que o Sistema de Segurança Integrado com os Municípios (SIM) possa dar uma resposta à altura nessa área, o que depende de mais investimentos.
Prefeitos sem recursos próprios, certamente, têm que contar com facilidades de financiamento. Devem procurar também se unir aos colegas de municípios próximos na busca de soluções compartilhadas. Além de reduzir custos, operações integradas entre servidores de diferentes instâncias da federação, valendo-se racionalmente de inovações tecnológicas, tendem a permitir resultados mais eficazes.
As próprias comunidades precisam colaborar diretamente, como vem demonstrando a atuação do Instituto Cultural Floresta em Porto Alegre, com doações de recursos para equipar melhor as polícias. O combate à criminalidade é um dever do Estado, mas uma aspiração de todos. Diante das carências do setor público de maneira geral, só será bem-sucedido com atuação conjunta.