Acoleta e o uso de dados vêm sendo uma crescente realidade em um número cada vez maior de países ao redor do globo. Não somente entidades privadas com fins lucrativos, mas também os entes públicos têm coletado mais e mais informações a respeito de nossas vidas e das operações de nossas empresas.
Já estamos vivendo, sem sombra de dúvidas, em uma sociedade dataísta, ou seja, uma sociedade calcada na geração e monetização de dados. Isso pode ser constatado pela imensa quantidade de smartphones conectados 24 horas por dia à internet, o volume insano de horas média que o brasileiro passa nas (gerando dados para) redes sociais, a quantidade de dados financeiros de nossa vida pessoal que estão de posse dos governos federal, estadual e municipal.
Em um nível pessoal, talvez onde tal brutalidade mostre sua faceta mais visceral, percebemos que a avalanche de aplicativos “gratuitos” na verdade revela uma outra face sinistra. O produto somos nós mesmos!
Se você digita em seu mecanismo de busca favorito por “viagem ao lugar tal” e repentinamente se vê bombardeado por todos os lados em todos os seus aparelhos por mensagens com o mesmo sentido, é porque você foi “produtizado”.
É aí que entra o depoimento do fundador do Facebook perante o Senado americano. Dele, foi exigido que essas configurações estejam mais fáceis e aparentes, pois, em uma sociedade dataísta, os cidadãos têm o direito de proteger seus dados.
Já na dimensão empresarial, tudo isso colocou uma enorme quantidade de dados à disposição dos Estados, que cada dia estão melhor aparelhados para combater a evasão tributária. Muitas empresas ainda não acordaram para a realidade da sociedade dataísta tributária.
No século 21, a informação quer ser livre. Enquanto no passado a censura era feita pelo veto à informação, agora, ela se dá pelo excesso de informação. Muita coisa mudou, mas tudo continua o mesmo.
Informação ainda é poder.