Quem já não pensou em mudar de bairro, cidade ou até de país por causa da violência? Segundo o filósofo Thomas Hobbes (1588-1679), a constante oscilação de esperança e medo é o princípio definidor da ação humana. O Estado, que tem o dever de prover o bem-estar à sociedade com educação, saúde e segurança, perdeu de vez o controle, deixando sem esperança o cidadão do bem e sem medo os criminosos!
Ações práticas, como ocorrido em março, com o reaparelhamento das forças de segurança do Estado por meio de doações de um grupo de empresários gaúchos, reforçam que somente com a mobilização de toda a sociedade ainda será possível virar este jogo. Não será o Estado sozinho que vai gerar tranquilidade, com a criação de mais um ministério e a intervenção militar no Rio de Janeiro. Educação ainda é a base para reduzir a violência, porém – sejamos pragmáticos – precisamos de uma polícia ostensiva como o eficaz modelo federativo dos Estados Unidos.
São mais de 17 mil agências policiais entre agências federais, departamentos municipais e xerifados locais, estes últimos reconhecidos pela eficiência no combate à delinquência em seu município. As organizações criminais são monitoradas e punidas pelas agências federais (como o FBI) ou pelas polícias dos Estados, que apoiam-se mutuamente em prol de todos.
Trata-se de uma estrutura com mais de 1 milhão de profissionais, com dotações orçamentárias crescentes superiores a US$ 40 bilhões por ano, graças à consciência de que a base é a paz social. Importante saber que existem 61 universidades nos EUA com curso de graduação em justiça criminal, o que mostra a prioridade do tema. No Brasil, a formação específica limita-se a treinamentos para os concursados.
Quero que meus filhos conheçam outros países e culturas, mas saindo dignamente pela porta da frente e não afugentados pelo caos. É vital nos mobilizarmos e transformarmos vontades em ações efetivas com esperança e com coragem, e já que a violência no país mata mais pessoas do que uma guerra, por que não nos inspirarmos no nosso Hino da Independência?
“Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil”.