Existe uma inconformidade social, um clamor por mudanças, e a busca de novos rumos para o nosso país passa pelas próximas eleições. Há um vácuo de lideranças propositivas, de uma agenda convergente, focada nas causas raízes do caos gerado pelo modelo patrimonialista, clientelista e populista. Esta agenda precisa estar ancorada socialmente por entidades inclusivistas, mobilizadas e suportadas por atores políticos qualificados para viabilizá-las sem “negociatas”, no Executivo ou no Legislativo, e que se sobreponham aos políticos com “prazo de validade vencido”, autores do caos brasileiro.
Entidades começam a discutir agendas supracorporativas visando a uma ambiência empreendedora sustentável por meio de reformas que façam o Estado indutor do bem social, usando eficientemente os recursos angariados da sociedade para reduzir desigualdades e prover serviços qualificados focados no cidadão. É mandatório desburocratizar e “descorporativizar” a máquina pública, tornando-a transparente ao controle social e suscetível à imposição de valores éticos e morais. Urge impor uma democracia participativa para uma reforma política que elimine o patrimonialismo corporativo das estruturas estatais e os “cargos de confiança”, visando ao equilíbrio das contas públicas. Associadas a isso, uma política tributária menos onerosa à sociedade e uma política econômica que permita a retomada do desenvolvimento, com estabilidade e clareza de regras que inspirem confiança e credibilidade. Precisamos promover a competitividade sistêmica do Brasil e inseri-lo na economia globalizada para desenvolvê-lo. Isto implica em melhorias nas infraestruturas, na logística e na produção de energia, com parcerias público-privadas e privatizações. Requer reformular a educação, para qualificar a cidadania, e a capacitação produtiva, para reduzir desigualdades e assistencialismos humilhantes. Pressupõe garantir um processo de segurança que restabeleça o direito à vida, hoje subjugado pelo poder das drogas. Precisamos de serviço de saúde que atenda aos mais necessitados, que hoje morrem nas portas dos hospitais.
Enfim, o Brasil pós-eleição dependerá de lideranças qualificadas e entidades inclusivistas que assumam o compromisso de reformar o Brasil ineficiente, submetido às corporações extrativistas, com seus atores políticos patrimonialistas corporativistas de narrativas populistas – estes devem ser substituídos por atores fundamentados na ética e na transparência das relações do público com o privado. O Brasil pós-eleição está em nossas mãos e dependerá da qualidade do exercício da cidadania política que iremos praticar.