A educação é fundamental para transformar o Brasil, mas ela está falida. No ranking da educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, somos o penúltimo de 36 países. Mesmo colocando mais crianças nas escolas do que a maioria dos países nos últimos 30 anos, elas não entendem o que leem, não sabem fazer contas e ainda engrossam as fileiras da evasão escolar. Massificamos o ensino sem gestão e controle de qualidade.
A Coreia do Sul, assolada pela guerra e apresentando baixíssimos índices de alfabetização, conseguiu elevar os níveis de aprendizagem, tornando-se um país globalmente competitivo, com uma educação focada no desenvolvimento. Bem conduzida, a educação garante emprego aos jovens, renda, saúde e menos pobreza. Nas comunidades, promove a inovação, fortalece as instituições inclusivistas e incentiva a coesão social.
A escolarização sem aprendizagem é uma injustiça social para as crianças menos favorecidas, justamente as que mais precisam de uma boa educação para serem bem-sucedidas na vida. Urge a reforma do ensino com um alinhamento sociopolítico entre governo, mídia, empresários, professores, pais e estudantes, em que todos valorizem e exijam uma aprendizagem voltada ao desenvolvimento do país. Deve-se investir na capacidade das pessoas e das instituições de ensino para superar a escolarização sem aprendizagem, suportada por corporações resistentes e ideológicas. São necessários uma política da primeira infância, escolas de tempo integral e investimento no professor e na sua formação. Além de conhecimento e práticas, precisamos ensinar valores de cidadania pautada por direitos e deveres, a fim de promover a igualdade. A educação desqualificada que temos é consequência do desinteresse da sociedade e das suas elites, que permitem que as corporações se conjuguem a atores políticos orientados pelo clientelismo populista e por ideologias antiempreendedoras.
Para construir um Brasil mais justo, precisamos participar de forma propositiva e atuante ao exigir uma profunda reforma da educação. A próxima eleição é a oportunidade para escolher políticos comprometidos com o Brasil e não com as corporações que hoje se sobrepõem aos interesses maiores da sociedade e dos cidadãos.