Os moradores de Porto Alegre têm divulgado fotos e vídeos que retratam as extremas dificuldades que encontram no convívio com os grandes eventos que têm sido promovidos na Cidade Baixa e no Moinhos de Vento, que têm a presença de numerosos grupos que consomem bebida alcóolica na via pública, produzindo volumes de som amplificado muito acima do permitido, em horários inadequados, e com toneladas de descarte inadequado de latas, garrafas entre outras embalagens.
No caso do carnaval de blocos de rua é importante salientar que as ruas da Cidade Baixa não comportam o número de pessoas que têm sido atraídas para o Carnaval de rua. O formato com que este evento tem sido desenvolvido está pondo em risco moradores e foliões e pode em algum momento virar uma tragédia, do tipo Boate Kiss. Existem áreas da cidade, bem próximas da Cidade Baixa, com a estrutura adequada para receber dezenas de milhares de pessoas, perimetral, Anfiteatro Pôr do Sol, Parque Marinha do Brasil, Parque Moinhos de Vento são alguns exemplos, em outros bairros históricos também existem áreas mais adequadas para o carnaval de rua, como a própria Avenida Borges de Medeiros entre a esquina democrática e o Largo Glênio Peres.
Se um evento gera um impacto negativo para uma área da cidade ninguém ganha com isso, perde a marca que patrocina, perdem os moradores, perdem os produtores de eventos que passam a ter que lidar com resistências a atividade musical e de entretenimento organizada na rua. A falta de profissionalismo, de bom senso e de visão sobre que tipo de evento pode ou não acontecer em que área da cidade, em que faixa de horários, com que tamanho de público põe a perder para todos.
A proibição ao consumo de bebida alcoólica proposta na Câmara de Vereadores pelo projeto de lei do legislativo PLL 088/15, de minha autoria, prevê a possibilidade de eventos de rua e em espaços públicos em que a proibição fica suspensa por algumas horas. Entretanto o abuso do espaço público, que é diferente do uso, que se repete em Porto Alegre em vários bairros. com alcoolismo coletivo, som acima do permitido, presença de menores de idade e descarte inadequado de lixo está fomentando a reação de moradores que poderiam estar integrados aos eventos, mas que além de não participarem estão com a sua qualidade de vida comprometida em função destes eventos mal planejados.
Se uma lei dura que proíbe de forma severa o consumo de bebidas alcoólicas na rua vier a ser aprovada na Câmara Municipal e implementada pela gestão da prefeitura é bom que se entenda que isto pode acontecer pela mais pura falta de critérios de uma minoria dos que hoje organizam e chancelam os eventos nas ruas de Porto Alegre e que agem sem reponsabilidade e impunimente.