O Senado da República será palco nesta segunda-feira de uma inédita aula de História da jovem democracia brasileira, que tanto pode ser edificante – se os personagens de ambos os lados se comportarem como lideranças políticas dignas – quanto constrangedora – se o debate degenerar para o ódio e a baixaria. Na sessão programada para começar às 9 horas, sob o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, a presidente afastada Dilma Rousseff se defenderá pessoalmente das acusações de ter praticado crime de responsabilidade e será sabatinada por senadores – a maioria já com convicção formada pelo impeachment da mandatária. É a segunda vez que um presidente brasileiro enfrenta um processo de impedimento, com a ameaça concreta de ter seu mandato interrompido de acordo com a Constituição. O julgamento político pode interromper, também, uma hegemonia de mais de 13 anos do Partido dos Trabalhadores no poder.
Editorial