Israel tem realidade geopolítica específica:
1) é um país pequeno, democrático, sem profundidade estratégica, e tem de gerir as ameaças dentro e fora de sua região;
2) as divisões e rivalidades nos países do entorno, acopladas ao arsenal nuclear israelense, tornam improváveis desafios diretos à sua existência por parte dos vizinhos;
3) a aliança estratégica com os Estados Unidos e a inexistência de grandes potências que ambicionem, no presente, o controle físico do levante contribuem para sua segurança;
4) por carecer de recursos em escala apreciável, Israel continuará tendente a se alinhar com potências que puderem ajudar a garantir a sua segurança; e
5) a ameaça terrorista existe, mas não representa fator capaz de colocar em xeque a estabilidade de Israel - se inteligentemente combatida.
HANNAH ARENDT estudou o infeliz encontro entre antissemitismo, imperialismo e racismo - pilares, no século 20, dos regimes mais genocidas jamais conhecidos pela espécie humana.
O Holocausto gerou desdobramentos que fortaleceram a criação do Estado de Israel.
Hoje, a solução diplomática para a questão do programa nuclear iraniano foi e é o caminho mais seguro.
Há riscos no acordo nuclear.
Deve-se promover inspecções para assegurar sua eficácia.
Apesar dos riscos e das críticas do governo israelense, dos países árabes sunitas e do partido republicano norte-americano, o acordo alcançado é muito superior à opção bélica.
Um ataque preventivo ao Irã não seria capaz de atrasar o programa nuclear iraniano.
Na hipótese bélica, o Irã passaria a perseguir de maneira resoluta a construção de arsenal nuclear.
Iria, também, alimentar sentimento de vingança contra Israel - o que aumentaria ainda mais as tensões no oriente médio.
O Irã poderia retaliar Israel com mísseis de médio alcance, inclusive por meio de seus prepostos na região - o Hezbollah e o Hamas.
Tal situação poderia dar origem a uma guerra de consequências imprevisíveis para a estabilidade da região e para a economia internacional - o que também impactaria Israel.
O presidente OBAMA e o sexteto estavam e estão certos.
Deixam um grande legado.
Além do mais, o Estado Palestino seria a contraparte da criação do Estado de Israel (1948), tal como decidido pela ONU e, então, rechaçado pelos países árabes.
As inflexíveis posições do governo NETANYAHU ajudam para a uma solução pacífica ou estimulam a radicalização da região?