As conclusões da comissão de inquérito holandesa marcam o início, e não o final da investigação sobre o destino do MH17 da Malaysian Airlines. Nas primeiras horas após o incidente, ficou claro que o Boeing 777 havia sido derrubado. O local exato da perda de contato do aparelho, sobre a zona de conflito no leste da Ucrânia, apontava para três suspeitos: o exército ucraniano, os rebeldes separatistas apoiados pela Rússia ou as próprias forças regulares russas.
Investigação conclui que aeronave da Malaysia Airlines foi derrubada por míssil
A investigação cujos resultados foram divulgados ontem visava apenas a esclarecer as causas da queda. Essa missão foi cumprida: o Boeing foi abatido por um míssil BUK de fabricação russa. De todos os países que participaram ou colaboraram com a investigação, a Rússia foi o único a discordar dessa conclusão, sustentando a impossibilidade de se ter certeza sobre o tipo de artefato.
Ainda assim, é possível que o exército ucraniano, que um dia fez parte das forças soviéticas, disponha desse tipo de armamento. O fato de muitas provas capazes de auxiliar na identificação dos culpados terem sido mantidas em sigilo pelo governo holandês não significa que não possam vir à tona na próxima fase da investigação, a criminal.
Independentemente de qual dos lados disparou o míssil, a derrubada do MH17 é um crime de guerra que mancha ainda mais o já tão maculado solo ucraniano.
Olhar Global
Luiz Antônio Araujo: crime de guerra
Leia a coluna Olhar Global desta quarta-feira em ZH
Luiz Antônio Araujo
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project