O 7 de setembro é sempre um período de reflexão sobre o Brasil, passado, presente e futuro. Nas escolas, as crianças fazem suas bandeiras e trabalhos da Independência. Num país pouco patriótico, é momento raro, fora da Copa do Mundo de futebol.
Como nos colégios, eu os convido para uma reflexão sobre o que esperamos para o Brasil. Certamente, muitas respostas serão dadas. Cada um vê o atual momento de um ponto de observação.
A minha resposta é honestidade. Eu quero um País de pessoas sérias e honestas. Que saia a Terra do Jeitinho e entre a Terra da Honestidade. Sim, parece discurso comum, óbvio. Infelizmente, o óbvio é deixado de lado.
O Brasil tem 600 mil presos. E muitos desonestos estão soltos. Criminosos de todos os tipos. Por um tempo, talvez décadas, precisaremos mais e mais presídios. Até o dia em quem eles poderão ser desativados.
Se a cultura do malandro perder força, teremos um Brasil melhor. Se governantes, servidores, prestadores de serviços e fornecedores de produtos não forem corruptos ou corruptores, sobrará dinheiro para fazer mais coisas. Se o pagador de impostos não sonegar, teremos mais investimentos no bem comum. Se ninguém pegar o que não é seu, a profissão de ladrão estará com os dias contados.
Como é bom sonhar. Quando é o que nos resta, por que irei me furtar? Só me falta tirarem a capacidade de sonhar. Nenhum país será honesto de um dia para o outro. O trabalho de formiguinha começa com as crianças. As escolas deveriam falar todos os dias sobre o tema. Não poderiam dar espaço para a influência negativa de casa ou do meio social ser mais forte. A impunidade precisa acabar.
Como pai, minha tarefa é repassar aos meus filhos os preceitos de fazer a coisa certa. Mesmo quando responder que os outros fizeram errado, preciso insistir. Na escola, meu filho de seis anos escreveu: eu quero um Brasil sem ladrões. Que assim seja, em todas as instâncias, em todos os cantos, do colarinho branco ao narcotraficante.