Por Nelson P. Sirotsky, publisher e membro do Conselho Editorial da RBS
Desde que iniciamos a operação do Conselho Editorial, em agosto, a campanha eleitoral tem sido o assunto prioritário das nossas análises e resoluções. Nesta chegada ao final do primeiro turno de disputa política, reforçamos a convicção de que todos os nossos cuidados se justificam, principalmente depois desse último debate da Globo entre os candidatos à Presidência da República (transmitido para o Rio Grande do Sul pela RBS TV, por GZH e pela Rádio Gaúcha), caracterizado mais por agressões e ofensas entre os principais postulantes ao cargo do que propriamente por propostas para governar o país. O Brasil que os brasileiros almejam é, certamente, outro – com menos ódio, mais civilidade e um ambiente democrático gerador de desenvolvimento, paz e prosperidade.
Acreditamos que o jornalismo profissional tem papel importante na construção desse futuro desejado. Por isso, na cobertura da eleição mais polarizada da história do país, decidimos que não bastava apenas cumprirmos nossas regras editoriais, como historicamente o fazemos. Era preciso, também, dar maior visibilidade e transparência às posições da empresa, ao trabalho responsável dos seus profissionais e à percepção que o público tem dos produtos da RBS. Entre outras iniciativas, criamos uma Curadoria de Críticas, com o propósito de recolher e avaliar observações publicadas ou enviadas pela audiência, a fim de dar-lhes um encaminhamento consequente, de modo a aperfeiçoar nosso trabalho.
Acreditamos que o jornalismo profissional tem papel importante na construção desse futuro desejado
Reafirmamos publicamente nossas posições. A RBS não tem nem apoia candidatos ou partidos, procura abrir espaços equilibrados para todos, divulga apenas resultados de pesquisas eleitorais efetuadas por institutos de reconhecida credibilidade, não trata pesquisas como principal elemento da cobertura, dá ênfase à pluralidade de visões e preserva sua independência. Nossos comunicadores e colaboradores têm liberdade para emitir suas opiniões, com a responsabilidade que esperamos deles. Além disso, a RBS não oculta erros de informação e se dispõe a corrigi-los tão logo se comprove o equívoco.
Sob inspiração deste conjunto de orientações éticas e editoriais, estamos concluindo neste domingo a cobertura da primeira fase do atual processo eleitoral, cumprindo a nossa missão de oferecer ao público informações equilibradas e opiniões plurais – mesmo quando os protagonistas da notícia, com poucas exceções, não se mostram à altura do país que os brasileiros haverão de edificar com escolhas conscientes e respeito ao resultado das urnas.