Os preços do petróleo voltaram a subir nesta segunda-feira (13), impulsionados pelas sanções anunciadas na sexta-feira pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra o setor energético russo, o que faz prever uma queda na oferta de petróleo bruto.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em março subiu 1,57%, alcançando 81,01 dólares.
Enquanto isso, o West Texas Intermediate (WTI) para entrega em fevereiro teve alta de 2,94%, atingindo 78,82 dólares.
O governo dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira novas sanções contra o setor energético da Rússia, visando atingir "a maior fonte de financiamento do Kremlin" em sua guerra contra a Ucrânia.
O Departamento do Tesouro detalhou uma série de sanções contra duas das principais empresas russas do setor, Gazprom e Sourgoutneftegaz.
Além disso, mirou cerca de 200 petroleiros e navios de transporte de gás que operam a partir da Rússia, considerados parte de uma "frota fantasma" de Moscou para contornar sanções ocidentais.
Londres também sancionou as duas empresas que produzem mais de um milhão de barris de petróleo por dia, o equivalente a aproximadamente 23 bilhões de dólares (R$ 140,46 bilhões) anuais.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, elogiou a decisão, considerando-a "um golpe significativo na base financeira da máquina de guerra da Rússia".
"Podemos perder parte da oferta russa no mercado global, dada a amplitude do anúncio", afirmou John Kilduff, da Again Capital.
"O mercado sabe até que ponto russos e iranianos conseguiram contra-atacar" e evitar sanções nos últimos anos, explicou Kilduff. Porém, "desta vez, as medidas podem realmente surtir efeito", acrescentou.
"Os compradores de petróleo na China e na Índia estão fazendo de tudo para adquirir petróleo antes da implementação das sanções", observou Phil Flynn, da Price Futures Group, em uma nota.
O Kremlin afirmou nesta segunda-feira que as medidas anunciadas contra seu setor energético irão "desestabilizar" os mercados globais de energia.
"O impacto no médio prazo dessas novas medidas ainda não está claro", ponderou Tamas Varga, da PVM, que também destacou que qualquer "escassez tangível" de petróleo "poderia ser suprida" pela capacidade ociosa da OPEP e seus aliados na Opep+.
* AFP