O Hezbollah afirmou nesta segunda-feira (14) que seus combatentes travam "violentos combates" no sul do Líbano contra as tropas de Israel, um dia após o ataque mais letal do grupo terrorista em território israelense desde o início da escalada do conflito.
Após quase um ano de confrontos transfronteiriços entre Israel e o movimento pró-Irã, aliado do Hamas, o exército israelense intensificou os bombardeios aéreos no Líbano em 23 de setembro e, uma semana depois, iniciou uma ofensiva terrestre.
Nesta segunda, o Hezbollah reivindicou o lançamento de foguetes contra uma base naval perto de Haifa, no norte de Israel, e contra um quartel perto de Netanya, uma cidade costeira ao norte de Tel Aviv.
No norte do Líbano, a Cruz Vermelha informou que 18 pessoas foram mortas em um bombardeio israelense em Aito, cidade em uma região montanhosa predominantemente cristã que nunca havia sido atacada — já que as operações são geralmente dirigidas contra redutos do Hezbollah.
O exército israelense disse que interceptou projéteis disparados do Líbano, no centro do país, e também dois drones que se aproximavam da Síria.
Após enfraquecer o Hamas em Gaza, Israel deslocou a maior parte de suas operações para o Líbano e afirma que o objetivo é permitir o retorno de quase 60 mil israelenses deslocados do norte do país pelos lançamentos de projéteis do grupo terrorista.
Ataque ao sul de Haifa
O Hezbollah lançou no domingo um bombardeio contra um campo de treinamento da brigada Golani em Binyamina, a sul de Haifa, no norte de Israel, que deixou quatro soldados mortos e sete feridos e foi o ataque mais mortal em território israelense desde 23 de setembro.
Segundo a United Hatzalah, organização de socorristas voluntários, o bombardeio com drones explosivos feriu mais de 60 pessoas.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, informou nesta segunda-feira ao chefe do Pentágono, Lloyd Austin, que seu país responderá ao ataque de forma contundente.
Forças de paz da ONU
Os combates no Líbano também atingiram a força de paz da ONU mobilizada no sul do Líbano, a Unifil.
O organismo acusou o exército israelense de disparos "repetidos" e "deliberados" contra suas instalações e denunciou "violações escandalosas" ao direito internacional, depois que tanques entraram "à força" em uma de suas posições.
O exército israelense afirmou que um de seus tanques, "que tentava retirar soldados feridos [...] colidiu com um posto da Unifil".
Bombardeio em Gaza
Na Faixa de Gaza, onde Israel lançou uma intensa ofensiva em resposta ao ataque de 7 de outubro de 2023 dos terroristas do Hamas contra o sul do seu território, o exército anunciou nesta segunda-feira que bombardeou um "centro de comando e controle que fica em um complexo que abriga o hospital Mártires de Al Aqsa", na cidade de Deir el Balah, no centro da Faixa.
A Defesa Civil de Gaza afirmou que o ataque deixou quatro mortos e vários feridos.
No ataque de 7 de outubro de 2023 em solo israelense, terroristas do Hamas mataram 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses e que inclui reféns mortos em cativeiro em Gaza.