O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nesta quinta-feira (5) o político de direita Michel Barnier como primeiro-ministro do país.
Após uma reunião entre os dois no Palácio do Eliseu, em Paris, a presidência francesa anunciou em um comunicado que Macron solicitou a Barnier a "formação de um governo de unidade".
"O presidente garantiu que o primeiro-ministro e o próximo governo reunissem as condições para que sejam os mais estáveis quanto possível e para que tenham o maior apoio possível no parlamento", afirma o comunicado.
Como primeira missão após a indicação, o político precisará obter maioria em um parlamento dividido, para evitar uma rápida monção de censura. Ele pode contar com o apoio de seu partido, Os Republicanos (LR), e da aliança de centro-direita de Macron.
Mas isto seria insuficiente diante de uma possível moção de censura, caso tanto o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) e seus aliados como a coalizão de esquerda votassem contra Barnier. Os dois blocos juntos totalizariam 335 votos, muito acima dos 289 necessários.
Uma queda rápida de Barnier seria um revés para Macron, que justificou as longas consultas para formar um governo com a busca da "estabilidade institucional", quase dois meses depois do bloqueio político provocado pelas eleições legislativas, que estavam previstas para 2027 e foram antecipadas para junho. A votação deixou a Assembleia Nacional (Câmara Baixa) com três principais blocos, todos distantes da maioria absoluta.
Embora a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) tenha vencido as eleições com 193 deputados, o presidente de centro-direita se recusou nomear a candidata do bloco ao cargo de chefe de Governo, a economista Lucie Castets, em nome da "estabilidade".
Aos 73 anos, Barnier, foi o principal negociador europeu do Brexit e negociador-chefe para a saída do Reino Unido da União Europeia.