A equipe do opositor russo Alexei Navalny, que morreu em 16 de fevereiro na prisão, denunciou nesta quinta-feira (29) que serviços funerários se recusam a transportar o corpo para Igreja onde será realizado o velório na sexta-feira (30) em Moscou.
"É uma vergonha. Os motoristas do carro funerário agora se recusam a levar Alexei (ao funeral) do necrotério", lamentou Ivan Khdanov, um de seus colaboradores, no Telegram.
"Primeiro, não fomos autorizados a alugar uma sala funerária para nos despedirmos de Alexei. Agora, quando o velório está marcado na Igreja, os agentes funerários nos informam que nenhum carro funerário levará o corpo para lá", confirmou sua equipe nas redes sociais.
Os funcionários "recebem ligações de pessoas desconhecidas que as ameaçam para não levar o corpo de Alexei a lugar nenhum!", denunciou a equipe.
O velório do principal opositor do Kremlin está marcado para sexta-feira, às 14h (8h em Brasília), em uma Igreja no sudeste de Moscou. O ativista será enterrado duas horas depois em um cemitério próximo.
Desde que o corpo foi entregue à mãe de Navalny no sábado (24), a equipe do ativista procurava um local para lhe oferecer uma "despedida pública", mas vários pedidos foram negados, segundo seus colaboradores.
Pessoas próximas ao opositor afirmam que autoridades exerceram pressão sobre o local onde seria realizado o sepultamento.
Nesta quinta-feira, a equipe de Navalny apelou aos habitantes de Moscou a comparecerem ao funeral e seus apoiadores de outras cidades e países a se reunirem para homenagear sua memória. O funeral será transmitido para quem não pode comparecer ao local:
O funeral poderá ser perturbador para o presidente russo, Vladimir Putin, antes das eleições presidenciais de 15 a 17 de março.
As circunstâncias da morte de Alexei em uma penitenciária no Ártico permanecem obscuras. Segundo os serviços penitenciários russos, ele morreu após sentir-se mal "depois de uma caminhada".