A Confederação Geral do Trabalho (CGT), principal central sindical da Argentina, convocou uma greve geral para o próximo 24 de janeiro, em repúdio ao decreto e ao pacote de projetos de lei do presidente Javier Milei. O anúncio foi feito na quinta-feira (28) pelo secretário-geral Héctor Daer na sede da organização em Buenos Aires.
— No dia 24, vamos fazer uma greve com mobilização ao Congresso para apoiar aqueles deputados e senadores que entenderem que isto não pode acontecer na Argentina — disse Daer, acrescentando que o decreto e os projetos de lei, que visam desregulamentar a economia argentina, concentrariam no presidente "a soma do poder público".
No dia 25 de janeiro, está previsto que a Câmara dos Deputados discuta o pacote de projetos de lei conhecido como "Lei Ônibus". Milei assumiu a presidência em 10 de dezembro, prometendo transformar a economia e a sociedade argentina com a revogação ou a reforma de mais de centenas de leis.
— O objetivo é começar o caminho de reconstrução do país, devolver a liberdade e autonomia aos indivíduos e começar a desmontar a enorme quantidade de regulamentações que têm parado, dificultado e impedido o crescimento econômico — afirmou o presidente argentino ao anunciar o decreto.
A CGT, que tem cerca de sete milhões de afiliados, pediu na quarta-feira (27) à Justiça a declaração de inconstitucionalidade do decreto de Milei, com uma mobilização que reuniu milhares de pessoas na sede dos tribunais em Buenos Aires.
— Não há nenhum contato com o governo e nós não propusemos essa dinâmica — destacou Héctor Daer.
— Prejudica os direitos individuais e coletivos dos trabalhadores, assim como o sistema solidário de saúde — reforçou o líder sindical.