Com mais de 30 anos de carreira política, Sergio Massa alcançou, neste domingo (22), sua sonhada oportunidade de disputar a presidência da Argentina, mantendo o cargo de ministro da Economia e com 140% de inflação anual.
Em 19 de novembro, Massa — o mais votado no primeiro turno das eleições, com 36,68% dos votos — enfrentará o libertário antissistema Javier Milei, que era favorito nas pesquisas, mas obteve cerca de 29,99%, conforme a apuração de 98,45% das urnas.
Massa, a principal figura do governo peronista de centro-esquerda argentino, optou por permanecer no cargo de ministro com a ideia de que "a campanha é a gestão".
Com 51 anos e caráter conciliador, ele fez acordos com empresários, sindicatos e com o Fundo Monetário Internacional (FMI). No entanto, não conseguiu controlar a inflação, a principal preocupação dos argentinos.
Advogado de profissão, tem a habilidade de retratar dificuldades como conquistas, pelo menos entre seus seguidores, algo que é criticado por seus adversários.
De aparência robusta, cabelo bem arrumado e sempre com um sorriso fotogênico, Massa fala de forma pausada e modula como se estivesse em um TED Talk. Em diversas ocasiões, já se descreveu como "apaixonado" e atribuiu essa característica à herança italiana de seus pais imigrantes.
Em sua carreira política, o candidato transformou amizades em inimizades e vice-versa várias vezes. Deu o salto para a política nacional em 2013 com seu Frente Renovador, espaço dentro do peronismo que se apresentou como uma alternativa ao governo de Cristina Kirchner (2007-2015), de quem havia sido chefe de gabinete e que hoje o apoia novamente.
Em 2015, disputou pela primeira vez a presidência, mas foi eliminado no primeiro turno das eleições, que acabaram sendo vencidas pelo direitista Mauricio Macri.
Entre 2007 e 2008 e, depois, entre 2011 e 2015, foi prefeito da cidade de Tigre, nos arredores de Buenos Aires, pela aliança da então presidente Kirchner. Mas, alguns anos depois, afastou-se dela até que, em 2019, aliou-se novamente à ex-presidente, eleita naquele ano vice-presidente.
Massa nasceu e cresceu nos arredores da província de Buenos Aires e iniciou sua militância no partido liberal UCEDÉ no final dos anos 1980. Na década de 1990, voltou sua militância para o peronismo de Buenos Aires, através das líderes políticas Cristina Camaño e Marcela Durrieu, sua sogra.
Durrieu o apresentou a sua filha, Malena Galmarini, com quem ele se casou e teve dois filhos.