As autoridades israelenses confirmaram, nesta sexta-feira (20), que o Hamas libertou duas reféns americanas das mais de 200 pessoas capturadas pelo grupo terrorista durante sua incursão violenta de 7 de outubro em Israel, que bombardeia a Faixa de Gaza desde então.
A libertação das reféns, identificadas pelo governo israelense como Judith Tai Raanan e sua filha Natalie Shoshana Raanan, representa uma "luz de esperança" para as famílias das pessoas que continuam retidas em Gaza, afirmou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
O território palestino, no qual vivem 2,4 milhões de habitantes em condições bastante difíceis, aguarda há alguns dias a chegada de ajuda humanitária, que, por ora, se acumula na passagem de Rafah, na fronteira com Egito.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na quarta-feira um acordo com o país árabe para permitir um primeiro comboio de até 20 caminhões carregados com remédios, comida e água.
O presidente acredita que os primeiros caminhões vão chegar "nas próximas 24 a 48 horas" ao território empobrecido de 362 km², que se encontra em uma situação "mais que catastrófica", segundo as Nações Unidas.
Em visita ao Egito, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que o tempo urge.
— Estes caminhões não são só caminhões, são salva-vidas, representam uma diferença de vida ou morte para tanta gente em Gaza — declarou.
Ao menos 4.137 pessoas morreram na Faixa de Gaza nos bombardeios lançados diariamente por Israel em resposta ao ataque do Hamas de 7 de outubro, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
A incursão do grupo islamista deixou mais de 1,4 mil mortos, a maioria civis, segundo o Exército israelense. Desde então, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e mantém dezenas de milhares de soldados estacionados em frente à Faixa para uma possível invasão terrestre.
"Experiência terrível"
As americanas libertadas, capturadas no kibutz Nahal Oz, já estão em território israelense, indicou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, depois que o Hamas havia anunciado em comunicado que as tinha soltado "por motivos humanitários, após a mediação do Catar".
Majed al Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país do Golfo, que abriga o escritório político do grupo islamista, assinalou que a libertação ocorreu "após vários dias de comunicação continua entre todas as partes envolvidas".
— Esperamos que estes esforços levem à libertação de todos os reféns civis de todas as nacionalidades — acrescentou o porta-voz.
Trata-se da primeira libertação de reféns confirmada por ambas as partes. O Hamas assegurou que está trabalhando "com todos os mediadores envolvidos para aplicar a decisão do movimento de encerrar o caso dos (reféns) civis, se as condições de segurança apropriadas permitirem".
Horas antes, o Exército israelense afirmou que a maioria dos reféns seguia viva e que mais de 20 eram menores.
— Nossas compatriotas viveram uma experiência terrível nestes últimos 14 dias e estou muito contente que elas estarão com sua família em breve — reagiu Biden.