Durante sua primeira aparição pública após a cirurgia no quadril e nos olhos, no fim de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a guerra no Oriente Médio nesta sexta-feira (20). Ele classificou o ataque do Hamas, no dia 7 de outubro, como "terrorismo", mas disse que a resposta de Israel é uma "insanidade".
— Fico lembrando que 1,5 mil crianças já morreram na Faixa de Gaza. Crianças que não pediram para o Hamas cometer o ato de terrorismo que foi atacar Israel, mas também não pediram para Israel reagir de forma insana e matasse eles. Exatamente aqueles que não tem nada a ver com a guerra, que só queriam brincar e viver, que não tiveram direito de ser crianças — afirmou o presidente.
Lula entrou no assunto prestando solidariedade, tanto às vítimas da guerra entre Rússia e Ucrânia quanto aquelas do conflito no Oriente Médio:
— Não é possível tanta irracionalidade, não é possível tanta insanidade, que as pessoas façam uma guerra tendo em conta de que as pessoas que estão morrendo são mulheres, pessoas idosas, crianças, que não estão no sequer o direito de viver.
Ele ainda disse que queria propor "racionalidade" e pediu "que o amor possa vencer o ódio".
As declarações de Lula foram dadas, ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, durante participação por vídeo no evento de comemoração dos 20 anos do Bolsa Família. Durante sua fala, o presidente ainda prometeu terminar com a fome no país até 31 de dezembro de 2026.
Conversa com Macron
Ainda nesta sexta-feira, Lula conversou, por telefone, com o presidente francês, Emmanuel Macron. Ele agradeceu o voto francês na resolução brasileira no Conselho de Segurança da ONU.
Ambos trataram da importância de se estabelecer corredor humanitário para a saída de estrangeiros e entrada de água potável, alimentos e remédios na Faixa de Gaza. Os dois presidentes concordaram sobre a necessidade de libertação imediata dos reféns pelo Hamas.
Macron confirmou que fará sua primeira visita oficial ao Brasil no primeiro semestre do ano que vem.