Descrito como provocador e imprevisível, Yevgeny Prigozhin, 62 anos, por muito tempo atuou para o governo russo nas sombras. No fim da era soviética, ele passou quase uma década preso por roubo e fraude. Saído da cadeia, passou a vender cachorro-quente em São Petersburgo e conseguiu subir até altas esferas da sociedade russa, tornando-se um grande empresário do setor de restaurantes. Por ser um dos principais fornecedores da cozinha do Kremlin, era conhecido como "cozinheiro de Putin".
Seu reconhecimento e importância no cenário político explodiram em 2022, no entanto, quando admitiu ser o fundador do grupo paramilitar Wagner, milícia que representou interesses de Putin em diversas partes do mundo, incluindo a América Latina, e que então conquistava avanços no conflito com a Ucrânia.
Em junho, no entanto, após diversas críticas públicas ao Ministério da Defesa por falta de apoio na guerra, ele liderou o que foi tratado como um motim contra o governo russo, marchando com soldados do Wagner rumo a Moscou. Um acordo encerrou a rebelião, prometendo anistia a Prigozhin e aos seus combatentes. O chefe do grupo então teria migrado para Belarus.
Na semana passada, ele apareceu em um vídeo dizendo que estava lutando na África. Nesta quarta, um avião caiu na região de Tver, na Rússia, durante o trajeto entre Moscou e São Petersburgo. Prigozhin estava na lista de passageiros — algumas fontes indicam que seria o proprietário da aeronave — e não houve sobreviventes. No entanto, não está confirmado ainda se o empresário realmente embarcou. O avião teria 10 ocupantes e, até agora, os serviços de emergência dizem ter encontrado oito corpos, todos sem identificação oficial.