A Argentina cancelou, na terça-feira (7), a permissão que o Reino Unido tinha de operar serviços aéreos que partiam de São Paulo em direção às Ilhas Malvinas. O país europeu impede voos diretos para o arquipélago a partir do território argentino, mas os voos que saíam do Brasil e escalavam em Córdoba seguiam operando.
"Chegou-se a esta decisão depois de apresentar ao Reino Unido várias iniciativas para alcançar maior conectividade entre o território continental argentino e as Ilhas Malvinas", informou a chancelaria argentina em comunicado publicado em sua página na internet.
Os voos da companhia Latam tinham sido acordados pelos dois países em 2018, mas a Grã-Bretanha os suspendeu em 2020 por razões sanitárias em meio à pandemia do coronavírus.
Não se sabe se houve reação do Reino Unido sobre a decisão do governo argentino.
Na semana passada, a Argentina pôs fim a um pacto bilateral de 2016 sobre as ilhas. Esta decisão foi considerada "decepcionante" pelas autoridades britânicas.
Aquele pacto, segundo a Argentina, fazia concessões aos interesses britânicos sobre a exploração dos recursos naturais argentinos na região e autorizava conexões aéreas entre as ilhas e países terceiros.
Na terça-feira, o ministério das Relações Exteriores da Argentina afirmou que que o governo britânico impediu "qualquer avanço real e concreto" para permitir voos da Argentina às ilhas. "Apesar disso, o governo argentino espera poder retomar os diálogos", disse o ministério
Em 1982, durante a ditadura do general Leopoldo Galtieri, a Argentina recuperou as ilhas à força, mas teve que se render após uma guerra de 74 dias. Morreram 649 soldados argentinos e 255 britânicos.
Um voo regular da cidade chilena de Punta Arenas às Ilhas Malvinas, com escala mensal na cidade argentina de Rio Gallegos, foi restabelecido em julho de 2022, após ser suspenso durante a pandemia.