As delegações russa e ucraniana concordaram, nesta segunda-feira (28), com a realização de uma segunda rodada de negociações , segundo anúncio de ambas as partes. Os comunicados aconteceram após uma primeira reunião e o retorno das partes para suas respectivas capitais para examinarem a situação.
— As partes estabeleceram uma série de prioridades e de questões que exigem algumas decisões — disse Mikhailo Podoliak, um dos negociadores da Ucrânia.
Seu homólogo russo, Vladimir Medinski, afirmou que a nova reunião acontecerá "em breve" na fronteira entre a Polônia e Belarus.
As negociações tratam da invasão da Ucrânia deflagrada na última quinta-feira (24) pelo Exército russo, cujos soldados encontraram forte resistência das forças ucranianas.
Esta primeira rodada de diálogo aconteceu em uma das residências do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, na fronteira entre Ucrânia e Belarus, na região de Gomel.
Nesta segunda-feira, enquanto as delegações de ambos os países se reuniam, houve fortes confrontos na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, no leste do país. Conforme as autoridades locais, pelo menos 11 civis morreram nos bombardeios por parte da Rússia.
Também nesta segunda, durante uma conversa com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, o presidente russo, Vladimir Putin, estabeleceu uma série de condições para acabar com a guerra.
Putin exigiu o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia, o fim da desmilitarização e da "desnazificação" do Estado ucraniano e a garantia de seu status neutro, como pré-requisitos para qualquer acordo. O Kremlin teria informado em comunicado divulgado após a conversa de ambos por telefone.
O presidente russo enfatizou que a resolução do conflito só seria possível se os legítimos interesses de segurança da Rússia fossem levados em conta sem condições. Na conversa, Putin voltou a chamar o governo ucraniano pró-Ocidental de "neonazista", o que, para alguns observadores , seria um indício de que o presidente russo não pretende negociar, seriamente, com Kiev.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu, por sua vez, que o Exército russo deponha suas armas.