O órgão estatal de comunicações e mídia da Rússia, Roskomnadzor, bloqueou vários meios de comunicação russos e ucranianos nesta segunda-feira (28) devido à cobertura da invasão à Ucrânia. A interferência oferece evidências do esforço incansável do governo para minar a dissidência na população.
Protestos contra a invasão começaram a surgir em toda a Rússia. Na internet, quase um milhão de pessoas assinaram uma petição exigindo o fim da guerra. Os manifestantes enfrentam detenções em massa, enquanto as autoridades restringem o acesso às mídias sociais e ameaçam fechar sites de notícias independentes.
A revista russa The New Times, que critica abertamente o Kremlin, foi bloqueada por relatar detalhes sobre baixas militares russas na Ucrânia que o Ministério da Defesa russo não divulgou. Enquanto isso, a agência de notícias estatal Tass, o jornal pró-Kremlin Izvestia, o site de notícias de São Petersburgo Fontanka e vários outros foram alvos do ataque de hackers nesta segunda-feira.
O site de notícias independente Meduza postou screenshots de uma mensagem, assinada pelo grupo hacker Anonymous e por "jornalistas indiferentes na Rússia", que apareceu nas páginas principais de alguns dos sites invadidos.
"Caros cidadãos. Pedimos que parem com essa loucura, não mandem seus filhos e maridos para morrerem", dizia a mensagem.
"Em vários anos estaremos vivendo como na Coreia do Norte. O que vale para nós? Que (o presidente Vladimir) Putin entre nos livros de História? Não é nossa guerra, vamos detê-lo!", acrescenta.
O acesso à maioria dos sites foi restaurado dentro de uma hora após o ataque hacker. A agência Tass disse em comunicado que a mensagem continha "informações que nada têm a ver com a realidade".