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Pfizer espera ter em duas semanas dados sobre eficácia de sua vacina contra nova variante sul-africana

B.1.1.529 apresentou 50 mutações e põe em risco eficácia dos imunizantes usados para combate ao coronavírus

AFP

GZH

O laboratório alemão BioNTech, sócio da farmacêutica Pfizer, afirmou nesta sexta-feira (26) que espera ter, "no mais tardar", em duas semanas os primeiros resultados dos estudos que determinarão se a nova variante do coronavírus, detectada na África do Sul, é capaz de escapar da proteção da vacina. A B.1.1.529 apresentou 50 mutações no total, sendo mais de 30 na proteína spike, que é considera a "chave" que o coronavírus usa para entrar nas células e que é alvo da maioria das vacinas contra a covid-19

– Iniciamos de maneira imediata estudos sobre a variante B.1.1.529, que difere claramente das variantes já conhecidas porque tem mutações adicionais na proteína spike característica do vírus Sars-Cov-2 – afirmou um porta-voz do laboratório à AFP. 

A Pfizer e a BioNTech afirmam ter capacidade para ajustar sua vacina em menos de seis semanas e, então, entregar as primeiras doses em cerca de três meses, caso seja necessário em função de uma variante resistente

 – Esta variante nos surpreendeu, ela deu um grande salto na evolução [e traz] muitas mais mutações do que esperávamos – explicou Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação, na África do Sul, em coletiva à imprensa. Ele a ainda afirmou que a B.1.1.529 carrega uma "constelação incomum de mutações" e é "muito diferente" de outros tipos que já circularam.  

Neste momento, os cientistas sul-africanos não têm certeza da eficácia das vacinas anticovid existentes contra a nova forma do vírus.

– O que nos preocupa é que esta variante pode não só ter uma capacidade de transmissão aumentada, mas também ser capaz de contornar partes do nosso sistema imunológico – afirmou Richard Lessells, também ligado ao Centro para Resposta Epidêmica e Inovação.

As mutações do vírus inicial, identificado a primeira vez em Wuhan, na China, podem potencialmente torná-lo mais transmissível a ponto de torná-lo dominante. Foi o caso da variante Delta, registrada inicialmente na Índia e que, segundo a OMS, reduziu a eficácia das vacinas em termos de transmissão do vírus para 40%. 

A OMS deve se reunir nesta sexta-feira para determinar a periculosidade da nova variante.

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