As autoridades são cautelosas ao informar o número de desaparecidos após enchentes na Alemanha. Na região da Renânia-Palatinado, que registra a maioria das vítimas, a polícia tenta estabelecer contato com centenas de pessoas, disse o ministro regional do Interior, Roger Lewentz.
Avisos de busca são divulgados e compartilhados constantemente nas redes sociais. Moradores dados como desaparecidos por seus familiares desde a tempestade da noite de 14 para 15 de julho acabam conseguindo dar notícias, após dias sem acesso a redes de comunicação. Já outros têm seus nomes são adicionados à lista de mortos.
Fora da cidade de Bad Neuenahr-Ahrweiler, um aeródromo é utilizado como base para helicópteros que evacuam, em particular, os corpos encontrados pelos serviços de emergência em meio aos escombros. O número de vítimas aumenta a cada dia no oeste da Alemanha, alcançando 165 mortos nesta segunda-feira (19).
Esperança se esvai
Imagens comoventes de reencontros, após horas de angústia, também são publicadas nas redes sociais. As famílias também podem entrar em contato com as centrais telefônicas instaladas nas áreas de desastre. Uma plataforma é dedicada ao cantão de Bad Neuenahr-Ahrweiler. No final da linha, os agentes são responsáveis por recolher o máximo de informação possível sobre as pessoas procuradas, explica à AFP Ulrich Sopart, porta-voz da polícia de Koblenz (Renânia-Palatinado).
— Depois do nome, perguntamos como a pessoa estava vestida, ou como poderia estar vestida. Nem sempre é óbvio, principalmente, se o último encontro foi há vários dias — admite.
Cerca de 50 investigadores estão trabalhando nos relatórios.
— Devido ao colapso da rede de telefonia móvel, uma pessoa às vezes é apontada como desaparecida por três outras pessoas: sua família, seus amigos e seus colegas de trabalho — explica Sopart, tornando necessário verificar as informações.
A investigação segue, então, para o terreno: ir ao endereço do desaparecido, perguntar aos vizinhos por algum sinal de vida.
— Com várias centenas de pessoas procuradas, pode levar semanas, ou meses — observa Sopart.
— Quando você vê a devastação, entende que não é possível ir a todas as casas e que encontraremos mais mortos — lamenta Roger Lewentz.
Casas, carros e estradas foram destruídos nas enchentes e é possível, acrescenta Ulrich Sopart, "que não encontremos os corpos".
— Testemunhas nos disseram que viram carros arrastados por rios transbordando, seus passageiros presos dentro — relatou um membro da Defesa Civil à AFP, que preferiu não se identificar.