A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta quinta-feira (6) que a instituição está "pronta" para conversar sobre a proposta de suspensão das patentes das vacinas contra a covid-19, anunciada na véspera pelo governo dos Estados Unidos.
— A União Europeia está pronta para conversar sobre qualquer proposta que responda à crise de forma efetiva e pragmática. E por isto estamos preparados para falar sobre como a suspensão da propriedade intelectual pode ajudar a alcançar este objetivo — declarou Von der Leyen.
Em um discurso pronunciado por videoconferência durante audiência em Florença, Itália, Von der Leyen insistiu, no entanto, que a prioridade deve ser aumentar a capacidade global de abastecimento de vacinas.
O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, chamou de "histórico" o anúncio americano de apoio à suspensão das patentes das vacinas contra a covid-19.
Até o momento, no entanto, a UE expressou oposição veemente a uma iniciativa neste sentido.
Em seu discurso para uma audiência universitária, Von der Leyen fez uma referência crítica aos países que impõem obstáculos à distribuição global de vacinas, vetando exportações.
Ela admitiu que as campanhas de vacinação na União Europeia (UE) começaram com problemas.
— Mas direi que a Europa alcançou êxitos ao manter-se aberta ao mundo, enquanto outros reservaram sua produção de vacinas para eles mesmos. A Europa é o principal exportador de vacinas em todo o mundo. Até agora, mais de 200 milhões de doses produzidas na Europa foram exportadas para o resto do mundo — afirmou, em referência evidente ao Reino Unido e aos Estados Unidos.
E completou:
— A Europa exporta tantas vacinas como as que distribui para sua própria população. E para deixar claro, a Europa é a única região democrática no mundo que exporta vacinas em grande escala — mencionou, em aparente referência a Rússia e China, outros dois grandes exportadores.