Rodrigo Lopes

Rodrigo Lopes

Formado em Jornalismo pela UFRGS, tem mestrado em Ciência da Comunicação pela Unisinos e especialização em Jornalismo Ambiental pelo International Institute for Journalism (Berlim), em Jornalismo Literário pela Academia Brasileira de Jornalismo Literário, e em Estudos Estratégicos Internacionais pela UFRGS. Tem dois livros publicados. Como enviado do Grupo RBS, realizou mais de 30 coberturas internacionais. Foi correspondente em Brasília e, atualmente, escreve sobre política nacional e internacional.

Pandemia

Europa começa a se reabrir ao mundo. Mas não para nós, brasileiros

Comissão Europeia propõe regras para permitir entrada de viajantes no Espaço Schengen

Rodrigo Lopes

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Patricia de Melo Moreira / AFP
Portugal iniciou no sábado (1º) última fase do desconfinamento

No momento em que países do Hemisfério Norte aceleram a vacinação, com Estados Unidos e Reino Unido superando as 70 doses de imunizante contra a covid-19 para cem habitantes, o Brasil começa a sentir o gosto amargo de ser excluído da festa de reabertura. "Festa" talvez não seja a melhor palavra. Até porque não haverá um ato oficial de reabertura aos viajantes "de fora" nem tampouco se possa considerar que a pandemia seja passado na Europa. 

Mas o fato é que a situação em geral no continente está relativamente controlada. Embora a vacinação ainda não seja tão rápida quanto os líderes nacionais desejariam (e culpam o comando da UE em parte por isso), as campanhas tiveram ligeira aceleração nas últimas semanas. Alemanha aplica 35,98 doses para cem habitantes. Espanha, 35 doses para cem habitantes. França, 32 doses para cem habitantes. Portugal, que no sábado (1º) deu início à última fase do desconfinamento, atinge 33,56.

Enquanto países desenvolvidos falam em "certificado digital verde" e outras ferramentas que garantam uma reabertura segura à livre-circulação, nações como o Brasil vacinam a conta-gotas - e devem ficar excluídas da lista cujos viajantes serão "bem-vindos".

Pelas regras que a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE) propôs aos países membros do bloco, os brasileiros são barrados por um ou mais quesitos. A CoronaVac, vacina mais aplicada no país, não está entre os produtos que a UE reconhece - logo, o imunizante do Butantan não serve como passaporte para ingressar no Espaço Schengen. Pfizer/BioNTech e Oxford/AstraZeneca estão na lista. Logo, brasileiros que receberam as duas doses dessas vacinas, poderiam entrar.

Mas aí caímos em outra exigência: só serão admitidos viajantes procedentes de nações cuja taxa de contágio é de até cem novos casos por 100 mil habitantes em 14 dias. No Brasil, esse índice é quatro vezes maior. Barrados de novo.

Não bastasse essa regra, ainda ficaríamos trancados na imigração - na verdade, nem embarcaríamos no avião -, por outro motivo. O Brasil é um dos que produzem novas variantes do coronavírus. Portas fechadas, de novo, para nosotros.

O Espaço Schengen é a área composta pela maioria dos países da UE e alguns vizinhos europeus que não fazem parte do bloco - como Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein.  É também o tratado que permite livre-circulação entre uma e outra nação sem necessidade de apresentar passaporte, por exemplo.

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