A União Europeia (UE) anunciou a abertura de ação judicial contra a AstraZeneca, em meio a sucessivos atrasos da farmacêutica na entrega de vacinas contra o coronavírus. A informação foi revelada nesta segunda-feira pela comissária do bloco para saúde e alimentos, Stella Kyriakides, em publicação no Twitter.
"Nossa prioridade é garantir que as entregas das vacinas contra a covid-19 aconteçam para proteger a saúde da UE. Por isso a Comissão Europeia decidiu, junto aos Estados membros, iniciar procedimentos legais contra a AstrAzeneca", escreveu, no Twitter.
A UE alega que a empresa britânica violou os termos de contratos firmados no ano passado, que previam a compra de mais de 300 milhões de doses do imunizantes, com mais de 100 milhões entregues no primeiro trimestre. A companhia, contudo, só enviou cerca de 30 milhões no período, na esteira de gargalos na esteira produtiva.
Em 13 de abril, a AstraZeneca alegou problemas de produção e restrições de exportação para justificar os atrasos. Explicou que decidiu recorrer aos seus centros de produção fora da UE para abastecer o bloco, mas "infelizmente, as restrições de exportação reduzirão as entregas no primeiro trimestre" e "provavelmente" no segundo, disse um porta-voz do grupo.
"Ação infundada"
O grupo farmacêutico reagiu, considerando que a ação judicial é "infundada" e garantindo que se defenderia "com firmeza".
A AstraZeneca assegurou que "respeitou totalmente" seu contrato com Bruxelas e disse que espera ter "a oportunidade de resolver esta disputa o mais rápido possível", segundo um comunicado.