A França não descarta determinar um terceiro lockdown caso a situação da pandemia se agrave, advertiu o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, em entrevista ao Journal du Dimanche. No domingo (27), o país inicia a campanha de vacinação contra a covid-19.
— Não descartamos nunca medidas que poderiam ser necessárias para proteger a população. Isto não quer dizer que o tenhamos decidido, mas estamos observando a situação a cada hora — disse o ministro.
As autoridades temem que nas próximas semanas ocorra uma terceira onda de contágios no país, logo após as festas de fim de ano. E, mais ainda, levando-se em conta que a circulação do vírus permanece alta, com "15 mil contágios detectados, em média, a cada dia, enquanto tínhamos baixado para 11 mil", admitiu Véran na entrevista.
— O objetivo dos 5 mil (casos diários) se distancia. E a pressão no sistema de saúde continua sendo importante, com 1,5 mil entradas diárias, uma tensão que diminui muito pouco nos serviços de terapia intensiva — destacou o ministro, que se disse disposto a tomar "as medidas necessárias se a situação se agravar".
Neste sábado, foram registrados apenas 3.093 casos, mas muitos laboratórios estavam fechados por causa do feriado do Natal.
— Saberemos rapidamente se as reuniões familiares e festivas terão um impacto — afirmou Véran, aconselhando os franceses a se absterem de comemorar a chegada do Ano-Novo. —Não podemos, por uma noite, nos arriscar a bloquear o país inteiro de novo durante semanas — concluiu.
No domingo começa a campanha de vacinação na França. As primeiras vacinas serão aplicadas em residentes de dois lares para idosos em Sevran, perto de Paris, e em Dijon, no leste do país.