Da Europa à America Latina, vários países tentam agilizar a imunização de suas populações em meio às festas de fim de ano e ao aumento de casos de coronavírus.
Na América Latina, Chile, México e Costa Rica são os primeiros a iniciar a vacinação, com prioridade para os profissionais da saúde. O México aplicou nesta quinta-feira (24), em uma enfermeira de 59 anos, a primeira dose da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer/BioNTech.
— Hoje é o início do fim dessa pandemia — afirmou o chanceler Marcelo Ebrard.
O México, que registra 120.311 mortes e 1,35 milhão de casos de covid-19, é o quarto país mais afetado do mundo pela pandemia, atrás dos Estados Unidos, Brasil e Índia.
A campanha de imunização também já iniciou no Chile, que vacinou nesta quinta a auxiliar de enfermagem Zulema Riquelme.
— O plano de vacinação começa hoje — afirmou o presidente chileno Sebastián Piñera, que compareceu ao aeroporto para acompanhar a chegada do primeiro lote.
A Costa Rica recebeu na última quarta (23) as primeiras doses do fármaco. Já a Argentina recebeu nesta quinta um carregamento de 300 mil doses da Sputnik V russa, aprovada em caráter de emergência pelo ministério da Saúde do país.
América Latina e Caribe registram até o momento 14,9 milhões de casos de mais de 490 mil mortes. Em todo o mundo, o coronavírus matou 1,7 milhão de pessoas e infectou mais de 78 milhões, de acordo com os números oficiais.
Nos Estados Unidos, país mais castigado pelo vírus, com mais de 326 mil vítimas fatais, mais de um milhão de americanos receberam a primeira dose da vacina nos primeiros 10 dias de campanha, segundo os números oficiais. No entanto, o médico Moncef Slaoui, principal conselheiro do programa de vacinação do governo, afirmou que a meta de imunizar 20 milhões de pessoas para até o fim do ano "provavelmente" não será alcançado.
Caminhoneiros retidos no Natal
Na União Europeia (UE), a campanha de vacinação começará no dia 27 em vários países. No porto de Dover, quase 6 mil caminhões aguardavam para atravessar o Canal da Mancha, que separa o Reino Unido da Europa continental. O tráfego na região estava interrompido devido ao fechamento das fronteiras com a Inglaterra, já que, no país, foi descoberta uma nova cepa do coronavírus.
De acordo com o ministério britânico dos Transportes, serão necessários "vários dias" para descongestionar a região. As autoridades informaram que as ligações ferroviárias e marítimas permanecerão abertas no dia do Natal.
Mesmo com esses esforços, o congestionamento em pleno Natal decepcionou os caminhoneiros, que desejam retornar para seus países.
— Todos nos dizem para esperar, mas não queremos esperar — lamentou o motorista polonês Ezdrasz Szwajan. — Não temos nenhuma informação, nada. Tenho dois filhos, uma mulher, só quero ir para a Polônia.
O principal objetivo agora é restabelecer a rede de abastecimento do Reino Unido, que depende dos caminhões que se deslocam pelo continente europeu para evitar uma falta de alimentos.
A forte propagação em território britânico da nova variante levou diversos países a cortar suas conexões com o Reino Unido. Nesta quinta, China e Brasil se uniram à lista e suspenderam os voos procedentes deste país.
Na quarta-feira, Londres anunciou que identificou dois casos de uma segunda variante do coronavírus, "muito preocupante", procedente da África do Sul, e decretou restrições de viagens com este país, que com 950 mil casos e 25.657 mortes é o mais afetado do continente africano.
Outro país europeu, a Rússia registrou nesta quinta o recorde de novos contágios e mortes por coronavírus, com 635 mortes e 29.935 novos casos nas últimas 24 horas.