Uma auxiliar de enfermagem de 46 anos foi a primeira pessoa no Chile a receber a vacina contra o coronavírus desenvolvida pela norte-americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech, cujas primeiras 10 mil doses chegaram ao país nesta quinta-feira (24).
Após a chegada antecipada do avião comercial que trazia as vacinas da Bélgica ao aeroporto de Santiago e seu transporte em caravana escoltada por policiais para um centro de distribuição, iniciou-se o esperado processo de inoculação no Hospital Metropolitano, com a primeira injeção aplicada na auxiliar de enfermagem Zulema Riquelme.
— Estou muito emocionada, nervosa, são múltiplas emoções — disse Zulema antes de ser vacinada, respondendo ao presidente Sebastián Piñera, que supervisionava o processo e lhe perguntou como era ser a primeira pessoa a receber a vacina contra a covid-19 no país.
— Vocês são a esperança de todos — afirmou o presidente, que acompanhou desde o início a chegada das primeiras doses da vacina ao Chile.
Zulema Riquelme trabalha há 26 anos no Hospital Sótero del Río, na comuna de Puente Alto, uma das mais populosas da região metropolitana de Santiago. Ela foi uma entre cinco profissionais de saúde selecionados pelo governo chileno para serem os primeiros vacinados no país nesta quinta. Depois de Zulema, um médico, uma enfermeira, um fisioterapeuta respiratório e uma auxiliar de serviços receberam a imunização.
"Cada um deles representa um grupo daqueles que trabalham diariamente nas unidades de terapia intensiva de vários hospitais públicos, sendo a 'linha de frente' de defesa contra o vírus", explicou o governo em nota oficial.
De acordo com o plano oficial, que prevê a vacinação de 15 dos 18 milhões de habitantes do país no primeiro semestre de 2021, as primeiras doses serão destinadas às equipes médicas que trabalham em UTIs com pacientes críticos nas regiões de La Araucanía, Biobío e Magallanes, no sul do Chile, que hoje acumulam o maior número de infecções.
Também será incluído um terço dos trabalhadores de saúde da Região Metropolitana, onde vive cerca da metade da população total do país. Posteriormente, virão o restante do pessoal médico, os idosos e os doentes crônicos, que estão sob maior risco de contágio, e, por fim, a população em geral será vacinada.
Segundo o presidente Piñera, o Chile conseguiu garantir o fornecimento de 30 milhões de doses da vacina.